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Gilmar Mendes esteve no cartório eleitoral 
na Baixada Fluminense n manhã desta sexta (26)
O ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, visita o Cartório Eleitoral de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na manhã desta sexta-feira (26). A visita é para ver de perto a realidade da região por causa do grande número de mortes envolvendo políticos, pré-candidatos e candidatos nessas eleições.

De acordo com a Polícia Civil, foram 13 pessoas ligadas à política foram mortas nos últimos nove meses. O número chamou a atenção da polícia, que começou a investigar e descobriu que 11 assassinatos foram motivados porque as vítimas estavam ligadas à política.
 "É a primeira visita que eu estou fazendo a uma zona eleitoral e nós, por conta de todas essas razões, optamos por fazê-lo aqui na Baixada Fluminense. É uma situação extremamente grave. Há incidentes que podem não ter conotação eleitoral e outros, a maioria, com conotação eleitoral", disse Gilmar Mendes.

Foram quatro crimes no ano passado e nove neste ano. Três vereadores, dois candidatos, seis pré-candidatos e outros dois que ocupavam cargos não especificados.
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A primeira morte foi em novembro de 2015. O vereador Luciano Nascimento Batista, mais conhecido como Luciano DJ, do PC do B de Seropédica, foi assassinado a tiros, na saída de uma festa. A polícia diz que ele atuou como miliciano, no município, e morreu por contrariar interesses de grupos políticos.
As investigações também mostraram que três vítimas foram mortas pelo tráfico de drogas. Uma delas foi Aga Lopes Pinheiro. Ela era líder comunitária em Magé e candidata a vereadora pelo DEM. A polícia contou que ela trabalhava contra o tráfico na região e que traficantes ordenaram o assassinato.

Para o ministro, a questão da segurança na Baixada Fluminense também o preocupa, mas não apenas por ter relação com o período eleitoral. Ele afirmou ainda que as Forças Armadas também irão reforçar a segurança nessa região no período eleitoral.

"Já pedimos e haverá presença das forças armadas aqui no Rio de Janeiro, na sequência dos trabalhos da Olimpíada e da Paralimpíada, mas há problemas ligados também à segurança. Não tem a ver, necessariamente, com o processo eleitoral", afirmou Gilmar Mendes.

Gilmar Mendes afirmou também que o ofício de reforço da Polícia Federal não serve apenas para a Baixada Fluminense, mas sim para todos os estados onde houver incidência com conotação eleitoral.

A preocupação com as irregularidades nas campanhas eleitorais também foram ressaltadas pelo ministro Gilmar Mendes. "Também estamos preocupados com a questão do financiamento indevido, uma vez que houve uma redução da fixação de teto para os gastos, então nós estamos preocupados com o caixa 2, com possíveis manipulações e também com o uso indevido da publicidade. Para isso, inclusive, nacionalizamos aquele instrumento 'software pardal', que perfume ao próprio cidadão denunciar abuso à Justiça Eleitoral, ao Ministério Público Eleitoral", explicou.

Os casos mais recentes foram na semana passada. O vereador Oswaldo da Costa Silva, o Ratinho, do PDT, morreu no dia 18 de agosto. Ele era de Nilópolis e, segundo a polícia, fazia parte de um grupo de extermínio, além de ser ligado ao atual poder do município, que tem inimigos envolvidos com o jogo do bicho.

No dia 20, último sábado, o policial militar Júlio César Fraga Reis, candidato a vereador pelo PC do B, foi assassinado em Seropédica. A investigação apontou envolvimento dele com a milícia da região.

Em conversa com o delegado Giniton Lages, da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), ele afirmou que nove dos 11 assassinatos com motivação política foram cometidos por milicianos e integrantes de grupos de extermínio.


Já o delegado Rivaldo Barbosa, diretor da Divisão de Homicídios, declarou que a organização criminosa que controla a milícia na Zona Oeste é a responsável por muitas dessas mortes na Baixada e que esse grupo, inclusive, já domina parte da milícia que atua na Baixada Fluminense.

Do G1
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