Partidos articulam saída negociada, sem eleições diretas
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Alguns nomes de consenso para eventual eleição indireta
já são discutidos, como Henrique Meirelles, ministro da Fazenda de Temer
Ministro da Fazenda de Michel Temer, Henrique Meirelles é
um dos nomes cogitados para eventual eleição indireta
Partidos aliados de primeira hora do presidente Michel
Temer buscam uma saída negociada com o Planalto que seja uma continuidade do
que, para eles, tem dado certo no atual governo. Diante da perspectiva de
agravamento da crise deflagrada pelas delações da JBS, líderes de siglas como
PSDB, PMDB e DEM pretendem bloquear qualquer iniciativa de realizar eleições
diretas por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e articulam um
nome de consenso para uma eventual disputa indireta no Congresso.
Nas últimas horas, ganhou força o nome de Henrique
Meirelles, ministro da Fazenda de Temer, como uma alternativa viável para
manter a base unida e não derrubar a bandeira das reformas. Se Temer renunciar,
o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), terá 30 dias para convocar o
pleito, que contará apenas com senadores e deputados no colégio eleitoral.
Principal aliado do governo, o PSDB ensaiou uma debandada
após a divulgação do áudio da conversa entre o Joesley Batista, da JBS e Temer,
mas recuou após um pedido de tempo para a construção de um consenso que
evitasse a implosão da base e comprometesse as reformas.
Meirelles é filiado ao PSD, partido liderado por Gilberto
Kassab, ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicação. Ele tem sido assediado
por políticos para aceitar a missão. Os outros nomes ventilados nos bastidores
da Congresso são o próprio Rodrigo Maia e o senador tucano Tasso Jereissati
(CE). Meirelles tem a seu favor a condução da política econômica, que começa a
apresentar os primeiros resultados, e também um bom trânsito com setores da
oposição.
Deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) chega em
Guarulhos pelo Aeroporto de Cumbica, após ser citado na delação de executivos
da JBS
Pressão
Na conversa que teve com Temer anteontem, Jereissati, que
assumiu a presidência interina do PSDB no lugar do senador afastado Aécio Neves
(PSDB-MG), disse ao presidente que a sigla não tomaria nenhuma “medida
precipitada”, mas esperaria e dialogaria com o governo antes de tomar qualquer
medida.
Em entrevista ontem à rádio CBN, o tucano afirmou que não
existe “apoio incondicional” a Temer. “Deixamos claro na conversa que o momento
é grave. Disse que não tomaríamos medida precipitadas, mas aguardaríamos os desdobramentos”,
afirmou Jereissati.
Diretórios querem rompimento
Continua...
Enquanto a cúpula do PSDB atua para evitar a implosão das
reformas, a base do partido pressiona pelo rompimento com o governo. Diretórios
estaduais do partido em todo o país estão se reunindo para ter posição oficial
sobre o tema.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, o partido já se
posicionou pelo desembarque. O diretório paulista vai se reunir na
segunda-feira e deve seguir o mesmo caminho. “São Paulo não pode assistir a
esse debate sobre ficar ou não no governo de camarote. Eu penso que é preciso
recomeçar do zero e convocar eleições”, disse o deputado Pedro Tobias,
presidente do PSDB paulista. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, por
sua vez, optou por manter distância do movimento dos aliados.
Presidente do DEM, o senador José Agripino (RN) afirmou
que qualquer decisão da legenda será tomada em conjunto com o PSDB. “Se Temer
renunciar, Rodrigo Maia assume por 30 dias. Aí será o momento de criar o
consenso.”
(Com Estadão Conteúdo)
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