Juscelino Filho é confirmado no comando do DEM; decisão da cúpula inviabiliza projeto de José Reinaldo
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A Executiva nacional do Democratas (DEM) bateu
martelo, ontem, e confirmou que o braço do partido no Maranhão continuará sob o
comando do deputado federal Juscelino Filho, concordando também que o partido
permaneça na aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), e a decisão
também funcionou como o tiro de misericórdia na pretensão do ex-governador e
deputado federal José Reinado Tavares (sem partido) de vir a assumir o controle
da agremiação e por ela se candidatar a senador.
Com a batida de martelo, a direção partidária
consolida o processo de ressureição do partido no Maranhão e fortalece a
liderança do presidente Juscelino Filho, um parlamentar de primeiro mandato que
vem surpreendendo o meio político com lances ousados e certeiros, entre eles o
de tirar o DEM da gaveta e recolocá-lo na mesa das grandes decisões políticas.
Ao mesmo tempo, a direção partidária fechou as
portas do partido para o ex-governador José Reinaldo Tavares, eliminando
qualquer possibilidade de ele ganhar a vaga de candidato do partido ao Senado.
A palavra final do comando do DEM sobre a situação
do partido no Maranhão é o desfecho de dois movimentos:
- Um foi feito pelo deputado federal Juscelino
Filho, em parceria com seu tio, o tarimbado deputado estadual Stênio Rezende,
que resgataram um partido que se encontrava praticamente esquecido na gaveta do
seu ex-presidente, ???? Guterres, um técnico com pretensões políticas e
estreitamente ligado ao ex-deputado federal Clóvis Fecury, que detinha, de
fato, o controle sobre a legenda.
- O outro movimento partiu do deputado federal José
Reinaldo, que desgastado no PSB e em rota de colisão com o governador Flávio
Dino, cometeu uma sucessão de equívocos, tentando por último assumir o controle
do DEM para garantir sua candidatura ao Senado. Fez um jogo equivocado e
perdeu, tendo agora duas semanas para decidir o seu futuro partidário.
Em busca de um partido forte – e provavelmente
orientado por seu tio e seu pai, o ex-deputado estadual Juscelino Rezende,
ambos políticos forjados numa guerra de décadas travada com o bandeira pelo
controle de Vitorino Freire -, Juscelino Filho garimpou o até então esquecido
DEM, enfraquecido e sem maiores perspectivas. Ciente do poder de fogo da
agremiação – expressivo tempo de rádio e TV, influência no Governo Michel Temer
e Fundo Partidário gordo – o jovem parlamentar atropelou vários pretendentes,
que acordaram tardiamente, e ganhou o comando do partido no Maranhão.
Certo de que corria o risco de perder o controle da
legenda para o ex-governador José Reinaldo, devido ao seu peso político e aos
antecedentes como pefelista de proa em outros tempos, turbinou o partido com
uma onda de filiações – Juscelino Filho firmou uma aliança com o governador
Flávio e turbinou o partido com filiações que o tornaram uma agremiação forte
no cenário estadual: os deputados Rogério Cafeteira, Cabo Campos, Stênio
Rezende e Neto Evangelista, já contando com o deputado o prefeito Luis Fernando
Silva (São José de Ribamar), e o secretário Felipe Camarão (Educação). O
partido conta também com o experiente deputado Antônio Pereira. Sem esse ousado
movimento político protagonizado pelo jovem deputado Juscelino Rezende, o DEM
provavelmente ainda estaria esquecido numa gaveta.
A compensação pelo movimento ousado de Juscelino
Filho e pela queda-de-braço com influente ex-governador José Reinaldo veio
ontem, quando a Executiva nacional bateu martelo e o confirmou como chefe
indiscutível do partido no Maranhão.
O ex-governador José Reinaldo apostou que teria o
controle do DEM planejando que o partido poderia ser uma das plataformas para
uma eventual candidatura do deputado estadual Eduardo Braide (PMN) ao Governo
do Estado. A vantagem é que jogou aberto e limpo, medindo forças sem passar
rasteira, perdendo o jogo por conta de lances equivocados, mas com dignidade.
Agora, tem duas semanas para virar esse jogo e conseguir uma agremiação que lhe
permita candidatar-se a senador ou tentar renovar o mandato de deputado
federal. Uma das suas pouquíssimas opções será uma que diz rejeitar: ingressar
no PSDB, candidatar-se ao Senado fazendo uma dobradinha com o senador Roberto
Rocha.
Só dispõe de duas semanas para resolver.
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