Médico acusado de omitir socorro a bebê no Maranhão responderá por homicídio doloso; entenda
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Em
Pinheiro, Paulo Roberto Penha Costa chegou a ser preso após dizer que não
atenderia um recém-nascido que veio de outro município. Bebê acabou morrendo
O médico
Paulo Roberto Penha Costa, acusado de omitir atendimento a um recém-nascido,
foi indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo torpe e responderá ao
processo em liberdade. O inquérito do caso foi concluído na ultima quarta-feira
(26) e, para a polícia, o médico praticou crime hediondo.
O
caso aconteceu no dia 1º de fevereiro, em Pinheiro, a 333 km de São Luís.
Segundo informações da Polícia Militar, o recém-nascido Levy Serra Chagas
chegou em estado grave ao Hospital Materno Infantil em uma ambulância da cidade
de São Bento, que fica a 40 km de Pinheiro. No entanto, Paulo Roberto alegou
que não atenderia um paciente de outro município por determinação do hospital.
Continua...
Em
depoimento na delegacia, Paulo Roberto disse que a criança deveria ter sido
encaminhada a cidade de Viana, que fica a 70 Km da cidade, ao invés de
Pinheiro, que fica a 40 Km. O médico foi preso e o bebê acabou morrendo.
Os
policiais também gravaram um vídeo em que uma enfermeira que estava em uma
ambulância do município de São Bento afirma que a criança quase não tinha
batimentos cardíacos e precisava de atendimento urgente.
Paulo
Roberto foi encaminhado para a Unidade Prisional de Pinheiro e, posteriormente,
para uma cela especial da Penitenciária de Pedrinhas. Dias depois, a defesa
conseguiu um habeas corpus e o médico foi solto. Atualmente, o médico é
monitorado por tornozeleira eletrônica.
Em
entrevista ao G1, o delegado Carlos Renato, da Delegacia Regional de Pinheiro,
disse que o caso trata-se de crime omisso impróprio, em razão da posição do
médico, que deveria agir para evitar o resultado morte, conforme a legislação
penal.
“Ele
pela ocorrência, na modalidade dolo eventual, já que sabia que o paciente
estava em estado grave, omitiu-se e não se importou se a falta de atendimento o
levaria a óbito”, afirmou o delegado.
Bebê
sobreviveria se houvesse o atendimento?
De
acordo com a Polícia Civil, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) atestou que
a criança nasceu viva, mas sofria de malformações congênitas graves do sistema
gênito urinário, sendo incompatível com a vida fora do útero. Apesar disso, não
é possível determinar quanto tempo de vida teria a criança, caso fosse
socorrida e recebesse tratamento especializado.
“A
partir da análise de 6.245 necropsias pediátricas, realizadas num período de 40
anos na Unidade de Patologia Pediátrica e Perinatal (UPPP) do Serviço de
Anatomia Patológica do Hospital de Clínicas de Curitiba da Universidade Federal
do Paraná (UFPR), foram encontrados 182 casos com malformações do aparelho
urinário, correspondendo a 2,9% do número de necropsias avaliadas”, contou o
delegado Carlos.
Fonte:
G1
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