Em entrevista à Rede Vida, deputado Hildo Rocha avalia o “recado das urnas”
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O deputado federal Hildo Rocha
disse que alguns partidos não conseguiram perceber os verdadeiros anseios da
sociedade. De acordo com o parlamentar as urnas confirmaram o crescimento da
onda anticorrupção, algo que a sociedade já vinha sinalizando há muito tempo.
“O crescimento do PSL, partido do
candidato Jair Bolsonaro, que disputa o segundo turno com o petista Fernando
Haddad, é a maior prova de que a população decidiu banir os desonestos. Muitos
políticos vistos como corruptos foram derrotados. Qual é a bandeira do PSL? É
combate à corrupção, ou seja, o partido defende um tema que a sociedade colocou
como prioritário. Portanto, uma das mensagens que podemos extrair dar urnas é a
seguinte: os partidos tem que se adequar à realidade, é preciso fazer a defesa
daquilo que o povo está querendo”, destacou o parlamentar em entrevista ao
Programa Frente a Frente, da Rede Vida de Televisão, emissora integrante da
rede de comunicação da comunidade católica do Brasil.
Para reforçar a sua tese, Hildo
Rocha citou o exemplo do MDB, partido ao qual é filiado. “O meu partido ainda
defende bandeiras que só tinham sentido na época da ditadura. Isso está
explicito até no nome da agremiação: Movimento Democrático Brasileiro. A
questão é que a democracia está consolidada. Hoje o que as pessoas querem, além
da democracia, é desenvolvimento,
empregos, segurança. Então, nós temos que passar a defender bandeiras
referentes aos temas que mais afetam a população na atualidade”, argumentou o
deputado.
Continua...
A mensagem essencial extraída das urnas
Hildo Rocha ressaltou que o
descontentamento da população em relação às reformas ficou cristalino. “Boa
parte da população não aceitou a forma
como alguns deputados se comportaram com relação às reformas. Logo, podemos
deduzir a gente tem que aprimorar o
diálogo com a população”, observou o parlamentar.
Renovação e perspectivas
Ao comentar sobre o índice de
renovação do parlamento, o deputado demonstrou cautela. “A população escolheu
dizendo o seguinte: O velho, o antigo, não serve mais. Vamos eleger novos
representantes. Assim foi feito. A maioria dos eleitos é completamente
inexperiente no exercício de cargos públicos. Na próxima legislatura teremos
até a bancada do Huck (apresentador de televisão que elegeu vários deputados
federais). Vamos ver o que essa bancada irá produzir. A esperança é que não
decepcionem a população”, disse Hildo Rocha.
O papel do congresso na pacificação da política
O deputado destacou que os novos
congressistas, que assumirão em fevereiro do próximo ano, terão que se esforçar
para apaziguar a guerra política e ideológica que hoje predomina no parlamento
e na sociedade. “A paz política passa, obviamente, pelo Congresso Nacional.
Nessa tarefa, caberá ao novo presidente fazer um chamamento para que possamos tranquilizar
a população. Esse clima de guerra que hora vivenciamos não pode continuar”,
declarou.
Democracia ameaçada?
Hildo Rocha foi taxativo ao
afirmar que não vê riscos em relação à democracia. “Não acredito que possa
haver o rompimento do status democrático atual, os dois candidatos que passaram
para o segundo turno não representam ameaça ao nosso sistema de governo”, disse
Hildo Rocha.
Como será o novo governo?
Hildo Rocha disse que teme um
novo governo impopular logo no primeiro ano, pois a falta de aprofundamento dos
debates acerca de temas relevantes, como a reforma da previdência gera
obscuridade acerca do próximo governo.
“Os candidatos estão calados, não
falam nada sobre esse tema e outros assuntos relevantes, quando falam é de
forma vaga, isso pode gerar frustrações na população quando o eleito tiver que
colocar em prática as suas ações pertinentes a essa questão. Um terceiro
governo impopular consecutivo pode trazer sérias consequências para o nosso
país”, advertiu o deputado.
Grupo Sarney
Hildo Rocha foi questionado sobre
o desempenho dos candidatos ligados ao grupo Sarney. “Nosso grupo não se saiu
bem, o resultado foi devastador para nós. Dos 18 deputados federais elegemos
apenas quatro; para a Assembleia
Legislativa, apenas cinco. O governador Flávio Dino conseguiu eleger os
dois senadores e tem a maioria dos deputados estaduais e federais. Saiu muito
fortalecido dessas eleições”, disse o deputado.
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Faltou banir ele que votou contra a investigação do larápio Temer.
ResponderExcluirConcordo!
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