Compartilhe essa Notícia:

Vítima e suspeito iniciam discussão e cabo é alvejado com três tiros. (Foto: Jailson Soares/O Dia)

O cabo da Polícia Militar do Piauí, Samuel Borges, morto por um policial militar lotado no Batalhão de Timon – Maranhão, no último dia 1º, utilizou o celular para filmar o próprio assassinato. Segundo informações do coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francisco Costa Baretta, a vítima filmou toda a ação que resultou na sua morte, desde a abordagem ao suspeito.

O homicídio, segundo a Polícia Civil, teria sido motivado por uma abordagem do cabo da PM-PI ao soldado Francisco Ribeiro dos Santos Filho. A vítima vinha com o filho em uma motocicleta na Avenida Presidente Kennedy quando teria avistado o suspeito em uma motocicleta sem placa e portando uma arma de fogo quando iniciou a abordagem.

Imagens gravadas por câmeras de segurança e pelo próprio celular da vítima fazem parte do inquérito da Polícia Civil e mostram todo o trajeto percorrido pela vítima e pelo suspeito do homicídio. Ao todo, seis pessoas já foram ouvidas pela Polícia, incluindo uma policial militar que presenciou a primeira abordagem.

“O cabo verificou que ele vinha em uma moto grande, sem placa e com um volume nas costas que ele imaginou que fosse uma arma, e realmente era, não só uma arma, mas duas. Em outro semáforo ele parou, o cabo tentou novamente fazer a abordagem, mas o próprio autor disse que não tinha satisfação para dar e arrancou com a moto”, relata o delegado.

Logo após as duas abordagens, o cabo Samuel Borges iniciou a perseguição ao suspeito.  Francisco Ribeiro dos Santos Filho teria então parado a moto nas proximidades da Avenida Jóquei Clube e confrontado a vítima.

“O cabo perguntou se ele era policial e pediu que ele se identificasse, quando começou um bate boca. Nesse momento, quando o autor puxou a arma, três seguranças de uma escola particular nas proximidades do ocorrido, que são policiais aposentados, interviram com as armas em punho pensando que era um assalto. Os dois se identificaram como policiais e saíram”, conta o delegado Baretta.

De acordo com o coordenador do DHPP, quando ia se retirar do local, o cabo Samuel Borges teria avistado que o soldado possuía outra arma irregular, um revólver calibre 38. “Ele perguntou que arma era essa e disse que a arma era irregular, falou que iria levar o soldado para a Corregedoria e deu voz de prisão para ele. Nessa altura o autor do crime diz que se ele continuasse filmando, iria mata-lo”, diz.

Nesse momento, os dois reiniciam a discussão e o soldado teria efetuado o primeiro tiro contra a vítima, atingindo-o na altura da cintura. Em seguida, o cabo derruba o celular no chão e o suspeito efetua mais dois disparos, um na altura da barriga e outro no pescoço. “O cabo estava armado, mas em nenhum momento sacou a arma. Ele jamais imaginou que um colega de farda ia usar a arma contra outro colega. A ação do soldado contra o cabo foi desproporcional, ele atirou para matar”, destaca o delegado.

O suspeito foi ouvido pela equipe do DHPP no Presídio de Campo Maior, onde está preso preventivamente, e afirma ter atirado em legítima defesa. Segundo o delegado Baretta, o soldado diz que atirou apenas porque a vítima teria feito menção de sacar a arma. “Mas a prova testemunhal e os vídeos mostram o contrário”, conclui o delegado. Francisco Ribeiro dos Santos Filho será indiciado pelo crime de homicídio qualificado.


Por: Nathalia Amaral (Portal do Dia)
⬇️⬇️ COMENTE AQUI ⬇️⬇️

3 Comentários

  1. pena que teve uma vida ceifada.
    mas foi tudo errado os procedimentos, nunca se aborda alguem sozinho a nao ser de extrema urgencia, ele devia faser o acompanhamento do suspeito e chamar reforço, simples...procedimento salva vidas

    ResponderExcluir
  2. Se a abordagem foi errada, ou certa, não atenua as consequências. O fato é que no Brasil se mata gratuitamente é porque não há temor das leis, ao contrário, até incentiva em alguns casos. Se o assassino tiver recursos financeiros já, já, estará fora da cadeia. Cidadão honesto não goza nenhum benefício legal, o contrário nem se fala.

    ResponderExcluir
  3. Quero registrar inúmeros casos de assalto a motociclistas na região do Porto da Madeira logo após o povoado Transwal, (Trisidela do Vale) ja tive um primo que teve sua moto roubada e inúmeras vítimas. E agora o caso mais recente foi um jovem morador do povoado Cocalinho que teve sua moto tomada de assalto, e ainda foi atingido por tiros disparados pelos bandidos.
    Por aquela estrada circula inúmeras pessoas vindo dos povoados sentido as cidades de Pedreiras e Trisidela do Vale.
    Bandidos ficam dentro do matagal esperando pelas vítimas.
    Alô Policia Militar, Major Ricardo é hora de colocar o serviço de inteligência da Polícia pra agir.
    Srs. Prefeitos vamos tomar providência o povo já não suporta terem seus bens levados dessa forma por bandidos.

    ResponderExcluir