Depois da postagem sobre a dupla prisão por porte ilegal de arma, envolvendo o município de Igarapé Grande, andei matutando que pelas bandas de lá a confusão continua comendo solta.

Ora, uma pessoa que sai de Igarapé Grande maquinado de revólver para se divertir em outro município, e outra pessoa que sai de seu povoado para se divertir armado em Igarapé Grande dá a ideia do clima hostil que ainda impera naquela cidade depois da eleição do dia 7 de outubro.
Em igarapé Grande raro é encontrar um cidadão que se envolve até os dentes na política local andar desarmado. Foi preso um homem de Poção de Pedras por portar uma arma, mas se a polícia fizer umas revistas na classe política local e seus subalternos, vai faltar espaço para guardar tantas armas e prisioneiros na pequena delegacia do município. Recentemente, o tio do prefeito eleito foi assassinado no interior do ônibus em que trabalhava como motorista. Soube também que o pai do prefeito Geames fora assassinado anos atrás por confusões políticas. Enquanto o clima está ameno nas cidades vizinhas, às vezes tranquilo e apaziguado, em Igarapé Grande a animosidade permanece forte, hostil!
Nesses dias, na postagem “Notas de Igarapé Grande”, os leitores do Blog daquele município estavam se digladiando numa linguagem extremamente chula, para não classificá-las de obscenas. Liberei os comentários por um dia (09) para saber até onde ia descambar o nível de esculhambação de alguns leitores de Igarapé Grande, mas para a minha surpresa, a cada novo comentário liberado, eles conseguiam a façanha de cavar ainda mais o poço do baixo nível.  Não acreditei no que estava lendo e decidir deletar toda as esculhambações da postagem.
Nos três meses de intensa campanha política, onde a rivalidade foi extremada em todos os cantos, as únicas imagens de brigas de fato foram registradas em Igarapé Grande, ocorrida meia hora depois do encerramento da visita da governadora Roseana Sarney. A festa era do povo do gato (15), mas o povo da onça (65) tomaram as calçadas com faixas de protestos. O Evaldão, secretário de administração do prefeito Geames, não suportou as provocações e acabou se digladiando sozinho com a turma da onça. A briga comeu diante da lente indiscreta da câmera do Blogueiro. No dia seguinte, essa confusão acabou na delegacia entre a mulher do Evaldo e um advogado.  Desconfiado que o povo da onça estava mais uma vez querendo provocar-lhe, Evaldo decidiu não se manifestar dessa vez.
- Pelo cargo que ocupo eles querem me provocar, mas não cairei mais na armadilha deles e não vou responder a altura e pronto. – Explicou o nobre e comportado Evaldo.
As palavras de Evaldo é a exceção que confirma a regra. Se a turma do gato quer briga, a turma da onça aceita na mesma hora e vice versa. Até mulheres já andaram se esfaqueando  literalmente pelas bandas de lá. Na verdade, em Igarapé Grande, eles brigam por tudo: brigam por política, brigam no Blog, brigam nos bares, nas esquinas, ruas e mercados e brigam nas igrejas (uma tal de verba do gato que nunca chegou as mãos do padre e um pastor que profetizou uma praga divina que chacinaria boa parte dos moradores do município caso a onça não ganhasse), brigam pela aposentadoria, brigam pela idoneidade do concurso, brigam onças e brigam gatos e brigam até por queijo (não sei por que brigam por queijo).
Vamos orar para que neste natal o espirito do Senhor desça em Igarapé Grande. Ah! Já ia me esquecendo!

- Senhor se vier a Igarapé Grande, por precaução, venha armado!