A Rua das Mangueiras ...

Moradores da Vila Borges vivem em situação de penúria por falta d’água

Rua Paraíba : Rua das Mangueiras

O Problema da falta de água no Bairro da Vila Borges persiste. Moradores reclamam que o funcionário responsável pela liberação da água para a comunidade não tem aberto a torneira totalmente e em razão disso, a vazão da água é pequena, impedindo que água suba nas caixas d’água que ficam suspensas.

Na Rua Paraíba, o problema é ainda mais grave. A água da CAEMA não chega de jeito nenhum através da encanação regular. A situação não é mais drástica do que caótica,, porque os moradores da Rua Paraíba ainda consegue um pouco de água depois que se uniram numa engenhoca: comprarem 100 metros de canos e mais 150 metros de mangueiras para trazer a água de um encanamento da CAEMA que passa próximo ao casa onde funciona o CAPS de Poção de Pedras, uma boa pernada da Rua Paraíba.

Essa gambiarra, por incrível que pareça, foi orientada pelo próprio funcionário da CAEMA. A empresa não corrige o problema, mas ensina os moradores a se arrumarem com gambiarras. Essa única mangueira serve para abastecer os moradores de toda Rua Paraíba. Então, podem imaginar a fila do desespero para ficarem alguns minutos de posse da mangueira!

Um morador, já idoso, deu detalhes do desespero na hora de dividir uma única mangueira entre dezenas de famílias:

"Quando água chega é aquele sufoco pedindo a mangueira

 de volta: não tenho água nem pra fazer café em casa!"

“Eu passei a noite passada, em claro e água que consegui não deu nem cinco baldes. Passamos o dia sem agua e minha vizinha cedeu a mangueira para mim e foi ai que veio um pouco de água, mas ai o povo todo agoniado, querendo a mangueira, o desespero todo, eu nem tive tempo de usar a agua para limpar o banheiro, fui logo entregando a mangueira. Sou doente, não tenho saúde para carregar balde de água e agora não temos água nem para passar um café!”

Dona Teresinha da Silva Fernandes conta detalhes da situação caótica que vive os moradores daquela parte da Vila Borges: 

Dona Terezinha: "É muito chato essa situação!"

“Dia de água, a Rua Paraíba não tem água. Nós já fizemos dois abaixo-assinados um para a CAEMA e outro para a Promotoria de Justiça de Poção de Pedras. O funcionário da CAEMA  disse que para resolver o problema do nosso sofrimento é só mudar um ramal, então por que ele não faz isso, meu Deus?! Os moradores adquiriram canos e mangueiras para que um pouco de água chegasse até nossas casas. O que nos chateia é que tem um poço da Caema atrás de nossas casas, mandando água para todos os lados e não vem uma gota para gente, se o funcionário sabe que precisa apenas mudar um ramal, porque ele não faz, passamos a noite acordada, aguardando essa água, com essas mangueiras a gente pega um pouco para gente e tem que passa logo para o vizinho, nunca fica muita agua em casa de ninguém, é chato é muito chato viver com esse problema eternamente! Quem tem que resolver é a CAEMA. Nós pagamos para CAEMA nos forneça água! – reclamou dona Terezinha, com os olhos marejados e a expressão cansada de uma noite em claro, em troca de cinco baldes de água.

Dona Elioneide dos Santos, com um filho nos braços, também se aproxima do Blog para fazer sua reclamação:

Elioneide: "Já fizemos dois abaixo-
assinados!"

“Agente quer uma solução rápida para esse problema, já fizemos dois abaixo-assinados para que venha água até as casas da Rua Paraíba! No restante da Vila Borges tem água, porque nessa parte não tem, justamente a parte onde fica o CRAS e uma escola? Eu não aguento mais viver nessa pendenga sem água, passando a madrugada em claro atrás de água! Todo mundo  aqui quer dar o seu depoimento, dona Raimundinha, o seu Laécio! Tanta casa com tanques secos e a encanação instalada que não serve de nada”.

Por toda a Rua Paraíba é possível ver as mangueiras serpenteando, em direção a tanques vazios e a população seca, sem água e sem dignidade.

Seu Antônio disse que o problema da falta de água resultou num grave problema de saúde nele.

Seu Antônio: "Meu ombro está doente de tanto carregar
baldes dágua!"

“De tanto eu carregar baldes de água, estou com um problema sério nos ombros. Sinto muita dor, os meus ombros estão escabichados. E ainda assim continuo carregando baldes de água. Eu pergunto é cadê as autoridades que não olha pela gente?”

Em todas as casas que o Blog adentrou, o cheiro desagradável de catinga, resultado da falta de água.

A estudante Beatriz, mostra, com um sorriso constrangido, o tanque da casa dela completamente vazio.

Quando subíamos uma rua de volta da caminhada até o CAPS, uma funcionária da Escola Municipal que faz esquina com a Rua Paraíba foi logo indagando:

- É sobre o problema da falta de água, pois aqui na escola também não vem água, não! – denunciou a funcionária.

Continua... 

Os moradores da Rua Paraíba e adjacentes são nossos conterrâneos, pessoas como nós, que vivem a nossa mesma realidade, moradores de Poção de Pedras, não podemos abandoná-los nessa situação. Os moradores alegam que já fizeram dois abaixo-assinados, um para a CAEMA e outro direcionado a Promotoria de Justiça de Poção de Pedras, mas o transtorno da falta de água persiste nessa parte da comunidade que reúne muita gente.

O Blog esteve no escritório da CAEMA hoje, por volta das 10h00, mas estava trancado.

Sugiro a nossa competente Promotora Dra. Elizete que visite a Rua Paraíba e veja e sinta a situação de descaso que vivem essas famílias desassistidas pela CAEMA. Vamos lá, promotora, confiamos na senhora!

Rua das Mangueiras...

Rua Paraíba, Vila Borges, Poção de Pedras, MA.

Nesse ponto o drama começa: mangueira da direita leva água aos moradores da Rua Paraíba a  que segue direta, leva para moradores de outras ruas.

Funcionária desta escola denunciou que está também sem água.

Mangueiras serpenteiam pelas casas dos moradores da Rua Paraíba 

A estudante Beatriz, 13 anos, mostra o tanque de sua casa sem água.

A água vem de um cano da CAEMA a centena de metros da Rua Paraíba

Próximo a esse poste , no subsolo, começa a gambiarra de canos montada pelos moradores da Rua Paraíba.

Vídeo - Depoimento de um morador idoso