Morre dona Pedrita, proprietária da boite gay mais antiga do Brasil
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| Pedrita, hoje no São Cristóvão |
Marco Duailibe*
Veja o depoimento de um amigo de dona Pedrita.
A primeira vez que conheci
um ambiente gay foi na Pedrita, no finalzinho dos anos 70, no bairro do Santo
Antonio. Sabia que ela já existia desde o João Paulo. Era uma casa azul, com
uma escadinha e um saguão. Ao entrarmos, a primeira coisa que nos deparávamos
era o retrato de diploma de corte e costura de Dona Pedrita e ela mesma era
quem nos recebia, com toda alegria, como se todos nós fossemos seus afilhados.
Lembro que uma vez, fugindo de uma das brigas que aconteceu na boate, me
escondi em seu quarto, cheio de bonecas por todos os lados. Parecia um quarto
de princesa. De lá do Santo Antonio, a Pedrita foi para o São Cristóvão e até
hoje permanece lá. Hoje, soube do falecimento de Dona Pedrita. Um filme passou
pela minha cabeça. A história da Pedrita se confunde com a minha própria
história de vida. Foi lá na boite que conheci muitos amigos, alguns já se
foram. Foi lá que descobri o amor, que aprendi a cultivar amigos, que entendi o
que sou e que poderia ser feliz. A boite gay mais antiga do Brasil (40 anos)
hoje calou sua voz para reverenciar esta mulher que teve um papel fundamental
na vida de muitos gays da nossa cidade que não tinham um lugar para abrigar
seus sonhos e suas esperanças. Vá em paz, Dona Pedrita! Fica a nossa saudade.
Marco Duailibe







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Tem misericordia Senhor dessa pessoa, será que ele pensa assim mesmo?
ResponderExcluirQue dona Pedrita esta em paz?