Pe José Geraldo responde a polêmica com apelo a Paz, Perdão, Tolerância e ao Diálogo

Um grupo de jovens fez um selfie inusitado com a imagem de São Benedito que adorna a parte exterior da Igreja que leva o nome do Santo, em Pedreiras. A foto acabou compartilhada nas redes sociais e foi divulgada pelo facebook do Pedras Verdes, bem popular em Pedreiras e, resultou em uma grande polêmica na cidade. Usando truque de imagem bem simples, os jovens posicionaram um cigarro para causar a impressão no selfie de que o Santo estaria “fumando um baseado”. (Veja a foto acima). De Acordo com o Pedras Verdes, o grupo eram constituídos de evangélicos e a atitude deles levou a um interessante debate sobre liberdades de expressão e respeito a religião. Sobre o tema, o pároco de Pedreiras fez uma brilhante reflexão, também publicada no Pedras Verdes. Em vez de defenestrar os jovens pelo visível desrespeito ao Santo Padroeiro de Pedreiras, São Benedito, José Geraldo falou de perdão, paz, tolerância e diálogo. Acompanhe:

 SOBRE A FOTO NA IMAGEM DE SÃO BENEDITO

Padre José Geraldo “UM PEDIDO AOS MEUS IRMÃOS DOS COMENTÁRIOS: PAREM... CESSEM.... É TEMPO DE VIDA NOVA. Para Mim o diálogo é a melhor maneira de se chegar à tolerância. Precisamos ter Uma reflexão contemporânea. Aqui em Pedreiras nunca fui omisso e sempre primei pelo respeito às religiões, ou pelo respeito às crenças religiosas.

É preciso o esforço necessário na trajetória até a paz entre religiões e o quanto ainda é preciso percorrer para que se alcance a plena tolerância:

Continua...

– Das palavras à ação. Esta é uma distância grande a ser percorrida. Enxergo isso, no entanto, com um otimismo enorme. As gerações futuras herdarão tudo que estamos plantando. Hoje, o que vemos como inaceitável, para eles poderão ser coisas comuns, naturais. O santuário de São Benedito é chão de Diálogo. Quando se pensa no próximo, os ganhos são muitos. Já estamos colhendo os frutos de sementes que vêm sendo plantadas há muito tempo.

É indiscutível e inquestionável a grandeza das religiões e o respeito a qualquer uma delas que for acolhida como forma de pensamento. O longo tempo de existência, sendo algumas milenares, comprova a sua relevância para a sociedade. Não é possível contestá-las! Somos filhos de Deus!

Pra mim as religiões São maiores do que a minha opinião. Foram vividas e filtradas pela experiência de gerações e gerações. Ainda falta muito para a plena tolerância religiosa. Porém, já estamos em processo de transformação.

NADA DE CONTENDAS!

O diálogo não é uma opção, mas uma necessidade.

– A maior dificuldade do ser humano é dialogar, pois precisamos sair da perspectiva do ‘eu’ para a perspectiva do outro. O primeiro passo para isso não é a fala, mas a escuta. O silêncio é o momento mais respeitoso que se pode ter. Eu daria, caso fosse necessário, a minha vida para que o outro pudesse ter o direito de expressar sua religião.

Esta geração é mais aberta. O mesmo deve ser feito em relação a nós. Devemos nos sentir motivados a compreender a cultura religiosa do outro, uma vez que o amor, a paz e o respeito estão no centro de todas as religiões.

Há muito tempo, todos acreditavam que a Terra era chata. Hoje, o fato de o planeta ser redondo não é mais questionável. Os assuntos relacionados à espiritualidade devem progredir de forma semelhante. A tolerância religiosa deve ser alcançada através do convencimento racional dos que são contrários a ela. Isso não significa que todos devamos concordar em tudo, pois quando se trata de religião, há espaço para a diversidade”, escreveu o Padre José Geraldo.

Padre José Geraldo, pároco de Pedreiras