Presença de membros do Conselho de Saúde Pedreiras causa tumulto na sessão da Câmara
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“Você
Marcus Louro, havia dito que já fomos no Ministério Público, mas deixo claro
que não fomos ainda, mas iremos e vocês vereadores não venham dizer que aqui é
a Casa do Povo, não, que nós estamos sendo barrados de nos pronunciar”, declarou
a conselheira Isabel.
Nesta segunda-feira (13), a
presença de três membros do Conselho Municipal de Saúde causou uma grande
polêmica na Câmara Municipal de Pedreiras. Um grupo liderado pelo vereador
Marcus Louro não queria que esses conselheiros se pronunciassem no plenário da
Casa, enquanto vereadores da oposição se esforçaram para ouvi-los. Veja os
detalhes dessa contenda.
O presidente Robson Rios leu
um ofício do Conselho Municipal de Saúde e explicou que os mesmos eram para
estarem presentes na sessão passada, só que não houve sessão por falta de coro.
E informou que o Conselho de Saúde
enviou outro ofício solicitando espaço na Câmara de Vereadores para se manifestarem
no dia 13, que seria na sessão desta segunda-feira. Depois da leitura, Robson
Rios convidou os conselheiros para entrarem no plenário da Câmara.
Os conselheiros |
O Conselho Municipal de
Saúde de Pedreiras estava representado pelo presidente, Antônio Magnos, o
Pelezinho, Isabel e Verônica.
Tudo indicava que Pelezinho
iria usaria a Tribuna da Casa para se pronunciar e falar sobre à aprovação das
contas da secretaria de Saúde de Pedreiras, referente aos dois quadrimestres de
2014. Sendo que essas prestações de contas foram aprovadas pela maioria dos
conselheiros, porem, teve uma minoria dos conselheiros que desaprovou.
Continua...
Continua...
O Vereador e ex- secretário
de Saúde, Marcus Louro, pediu o uso da palavra e fez a leitura de várias leis e
alguns regimentos, "sem
pré-requisitos legais, três pessoas não podem falar pelo Conselho, cada um
falaria individualmente”, argumentou Marcus Louro.
Vereador Marcus Louro
O vereador Antônio França
fazendo o uso da palavra rebateu a fala do vereador Marcus Louro, dizendo que o
conselho estava sendo impedindo de falar por causa de pré-requisitos legais. “Nós não podemos deixar de ouvir esse Conselho,
porque ele não está infringindo nenhum código de lei, ele está querendo fazer a
lei ser cumprida. Então vereador, Marcus Louro, vamos esquecer as leis, porque
se as leis estivesse sido cumprida o Conselho não estaria aqui, hoje, para se
pronunciar”, disse Antônio França.
Vereador Antônio França: "Nós não podemos deixar de ouvir o Conselho".
O Vereador Marcus Louro contestou
a justificativa do colega Antônio França; disse que lhe causou certa
preocupação sua forma de se pronunciar, pois a Casa tem leis e as leis têm que
ser seguidas. “Pois se não fosse assim
não se fazia necessário ter o poder executivo, legislativo e judiciário”, argumentou.
Marcus Louro foi mais longe: disse que o vereador Antônio França não tem noção
do que proferiu ao falar que não precisa seguir leis e sim o sentimento
individual das pessoas.
Marcus Louro: "Vereador Antônio França não tem noção..."
Ainda no mesmo tema, o Vereador
Elias Bento disse que as leis foram feitas para dá liberdade de expressão e que
também vivemos em país democrático. “Diante disso, não podemos pensar que as
leis vieram para amordaçar as pessoas e acredito que se o conselho veio aqui
hoje não foi para falar asneira”, afirmou. E o vereador disse mais: “se
tem coisa errada na saúde, tem que falar”. E por fim Elias Bento se
declarou a favor do Conselho ter um espaço na sessão de hoje para se pronunciar,
“porque se isso não acontecesse ali não
era um parlamento, nem era democracia.”
Vereador Elias Bento
Vereador Otacílio disse que
na Câmara de Vereadores se debate todos os segmentos de uma administração e com
a saúde não seria diferente. E afirmou que no lugar do vereador Marcus Louro
faria questão dos membros do Conselho da Saúde se pronunciarem, dizer o que
eles sabem, porque quem não deve não teme. E o vereador terminou dizendo que se
o Conselho não se pronunciasse na Sessão, ele deixaria o plenário junto com os
conselheiros.
Vereador Otacílio
O presidente do Conselho de
Saúde de Pedreiras, Pelezinho, finalmente conseguiu falar; apresentou a equipe e
esclareceu que a ida deles a Câmara não iria invalidar a votação da prestação
de conta do Conselho. E explicou que eles não estavam ali na Câmara ilegalmente,
quem decidiria se o Conselho iria se pronunciar ou não, não seria votação na
Câmara e sim a plenária do Conselho de Saúde. “A partir do momento que nós nos colocamos a disposição da Câmara
para falarmos dos problemas de Pedreiras, nós assumimos total responsabilidade.
Nesse caso, é a Câmara Municipal de Pedreiras que está passando por cima das
leis”.
Depois dessa longa discussão
envolvendo vereadores da situação e da oposição, à mesa diretora achou por bem
deliberar que o plenário votasse contra ou a favor do pronunciamento dos
conselheiros na sessão desta segunda-feira ou para a próxima reunião. Cinco
vereadores votaram a favor, ou seja, que os membros do Conselho de Saúde se
pronunciassem na sessão. Foram eles: Otacílio Fernandes, Antônio França,
Everson Veloso, Elcinho Gírio e Elias Bento.
Votaram contra os
pronunciamentos dos conselheiros na Câmara também cinco vereadores: Cláudia
Alencar, Marcus Louro, Cearense, Paulinho da SP e Filemon Neto. Com a votação
empatada, o presidente da Câmara, Vereador Robson Rios, votou com os cinco
vereadores que foram contra os pronunciamentos dos conselheiros, decidindo
assim, que somente em outra data, o Conselho Municipal de Saúde de Pedreiras
volte a Casa para se pronunciar.
Com a votação do presidente,
impedindo que o Conselho se manifestasse, a sessão ficou tumultuada gerando diversos
bate-bocas entre os colegas. No meio do tumulto, a conselheira Verônica pegou o
microfone para falar, no entanto, Robson Rios, presidente da Casa, ordenou que
desligasse os microfones.
Em protesto, os vereadores
Antônio França, Elias Bento e Otacílio Fernandes se retiraram do plenário,
acompanhando a saída dos conselheiros Pelezinho, Verônica e Isabel Martins,
estes deixaram a Casa do Povo decepcionados com a atitude tomada pela maioria
dos vereadores presentes.
E para finalizar essa
questão, o presidente da Câmara Municipal de Pedreiras, Robson Rios, ameaçou os
vereadores que acompanharam a saída dos conselheiros do Conselho de Saúde. “Vocês fiquem sabendo, os vereadores que
estão saindo do plenário estejam cientes que serão descontados subsídios dos
seus salários”, ameaçou.
Vereador Robson Rios: "Estejam cientes que serão
descontados subsídios dos seus salários”
Neste vídeo, o microfone da conselheira é desligado, os conselheiros e três vereadores se retiram do plenário, o presidente ameaça descontar no salário dos edis e recebe a resposta de Otacílio.
Otacílio que estava na
galeria, a caminho da rua, ouviu a ameaça; voltou a porta de acesso ao plenário
e gritou em alto e bom som:
- Pois pode descontar do meu
salário.
Pelezinho é entrevistado |
Depois que os conselheiros e alguns vereadores saíram do plenário, em protesto, o plenário ficou esvaziado
Por Mayane Mendes
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