Câmara aprova mandato de 5 anos para todos os cargos
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Plenário da Câmara aumenta e
diminui mandatos de senadores
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Deputados mantiveram
exigência do voto obrigatório, apesar do alto índice de abstenção
Proposta deve sofrer restrições quando for submetida à votação no Senado
Dando sequência à votação de
sua proposta de reforma política, o plenário da Câmara aprovou nesta quarta
(10) emenda à Constituição que estabelece o mandato de cinco anos para todos os
cargos eletivos a partir de 2020.
A proposta, que cria um
confuso esquema de mandatos distintos nos próximos anos, eleva de 8 para 9 anos
o mandato dos senadores eleitos em 2018 e reduz de 8 para 5 o mandato dos
senadores eleitos em 2022.
Continua...
A proposta deve sofrer
restrições no Senado. O próprio presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
já disse considerar falta de “inteligência política” achar que os senadores
irão votar alteração do tamanho de seus mandatos. O texto foi aprovado por 348
votos contra 110. Houve 3 abstenções.
Nas semanas anteriores, a
Câmara já havia aprovado o fim da reeleição para aqueles que assumam cargos a
partir de 2016.
Ao rejeitar também nesta
quarta a unificação das eleições –foram apenas 220 votos a favor, 88 a menos do
que o mínimo necessário–, o plenário manteve a divisão na escolha dos cargos
eletivos: prefeitos e vereadores separados de presidente, governadores e
congressistas.
Tanto a proposta de
modificação dos tempos de mandato como a do fim da reeleição têm que passar por
uma segunda votação na Câmara e, após isso, seguem para análise do Senado. Caso
entre em vigor, haverá eleições em período irregulares: em intervalo de dois ou
três anos.
O texto aprovado nesta quarta
estabelece que prefeitos e vereadores eleitos em 2016 terão mandato de quatro
anos, como é hoje. A partir de 2020, o mandato sobe para cinco anos.
O presidente da República,
governadores e deputados eleitos em 2018 também continuarão com mandato de
quatro anos. Só a partir de 2022 passam a ser escolhidos para cumprir uma
legislatura de cinco anos.
Já os senadores passarão por
uma situação peculiar. Hoje, eles têm mandato de oito anos, mas há eleições a
cada quatro anos –em uma leva são eleitos dois terços das 81 cadeiras e na
outra, um terço. O projeto aprovado pela Câmara estabelece que todos terão
mandatos de cinco anos a partir de 2027.
Para que isso ocorra, os
senadores eleitos em 2018 cumprirão uma legislatura de nove anos. Os eleitos em
2022 teriam mandato de cinco anos. Com isso, caso a proposta entre em vigor,
até 2027 os políticos eleitos pela população terão três tamanhos de mandatos
distintos: quatro, cinco e nove anos.
Segundo a avaliação de
vários deputados, a tendência é que os senadores rejeitem todo o texto aprovado
na Câmara ou aprovem o mandato de dez anos para eles.
Em outra votação, a Câmara
rejeitou acabar com o voto obrigatório. Foram apenas 134 votos favoráveis ao
voto facultativo, e 311 contrários.
Dessa forma, o voto continua
opcional apenas para pessoas com idade entre 16 e 18 anos, analfabetos e
maiores de 70 anos. Hoje, apesar de o voto ser obrigatório, a Justiça Eleitoral
registra um alto índice de abstenção.
Além do fim da reeleição e
da alteração dos mandatos políticos, a Câmara já aprovou no seu pacote da
reforma política a introdução na Constituição do financiamento privado das
campanhas políticas. A medida teve o objetivo de barrar a inclinação do Supremo
Tribunal Federal de proibir as empresas de doarem para os candidatos.
DE BRASÍLIA - (FOLHA DE SÃO
PAULO) – ARIANA HAUBERT /RANIER BRAGON, Colaborou ANDRÉIA SADI
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