Testemunha escreve um relato sobre o assalto as agências bancárias em Igarapé Grande
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MEIA HORA DE TERROR EM IGARAPÉ GRANDE
"Então
veio a segunda explosão (a pior das quatro que iriam assombrar Igarapé Grande).
Senti o chão tremer, mas antes de pensar na hipótese de terremoto, senti um
forte cheiro de pólvora. Abri a janela do quarto e vi uma grande fumaceira, na
direção em que ficam os dois únicos bancos da minha cidade."
Alta
madrugada. Cerca de 2 horas e meia. Parece que todo mundo está dormindo o sono
dos justos. Sonhando com os anjos. Noite fria e silenciosa.
O som de uma explosão me fez
saltar subitamente da cama. A princípio me pareceu que vários botijões de gás
tinham explodido ao mesmo tempo. Mas estranhei o silêncio. Nenhuma voz nas
ruas. Nenhum burbúrio nas casas vizinhas. Ao longe, somente os cães latiam,
assustados com alguma coisa. O silêncio (ausência de manifestação humana) era
tão grande que, durante alguns minutos, imaginei que havia sonhado.
Aproximei-me para abrir uma
das janelas que dá para a rua para ver se havia alguém lá fora que talvez tivesse
também ouvido a tal explosão. Porém, antes de abrir a janela, senti que não
devia fazer isso. Então fiquei apenas com o ouvido encostado, tentando ouvir
sinais de gente. Nada.
Parece que eu tinha sonhado
mesmo.
Então veio a segunda
explosão (a pior das quatro que iriam assombrar Igarapé Grande). Senti o chão
tremer, mas antes de pensar na hipótese de terremoto, senti um forte cheiro de
pólvora. Abri a janela do quarto e vi uma grande fumaceira, na direção em que
ficam os dois únicos bancos da minha cidade.
Continua...
Então, a conclusão não podia
ser outra. Acostumado a ouvir de explosões em caixas eletrônicos bancários
(algo muito comum no Maranhão ultimamente), ficou claro para mim que algo do
tipo estava acontecendo em Igarapé Grande. Mas o perturbador era o silêncio
humano que continuava.
Aí entendi a razão de tanto
silêncio. Todo mundo estava trancado em casa, mais ou menos consciente do que
estava acontecendo. Principalmente porque alguns tiros foram disparados. Não
eram tiros de confrontos, mas como se fossem apenas avisos, advertências.
Daqui a pouco mais uma
explosão. E logo mais outra. Quatro, ao todo. Então, mais tiros. E logo depois,
silêncio total.
Somente quando o relógio
marcou 3 horas, as manifestações começaram. As ruas se encheram de gente. E
todo mundo já sabia o que tinha acontecido: as agências do Banco do Brasil e do
Bradesco tinham sido explodidas. Há centenas de fotos na Internet, pois, com um
celular na mão e acesso à Internet, hoje todo mundo pode ser jornalista.
Por enquanto existem muitas
informações, boatos e testemunhos aqui e ali. Aguardamos as notícias oficiais,
que devem ser divulgadas ainda hoje, pelos principais veículos de comunicação
da região.
Ah, moro no mesmo quarteirão
dos bancos e um dos meus vizinhos, quando ouviu a primeira explosão, abriu a
porta da sua casa e ia saindo repentinamente para a rua, para tentar saber o
que houve, quando um mascarado apontou uma arma para ele e o “aconselhou”
(xingando) que voltasse pra dentro de casa. É possível que eu também ganhasse o
mesmo “conselho” se não tivesse hesitado em abrir a janela que dá para a rua.
Parece que havia indivíduos armados em alguns pontos estratégicos das duas ruas
do quarteirão, porque elas estão interligadas à rua da delegacia.
Pois é! E minha cidade vai
aniversariar daqui a 14 dias. Ficou meio constrangedor com um cartão postal
desse.
Moacir Junior – www.arquivo7.com.br
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Fotos
Mais informações sobre os assaltos nas agências do Banco do Brasil e do Bradesco de Igarapé Grande, clique AQUI.
2 Comentários
j´[a vamos da um cargo no governo do estado pro Mario apoiar Aluisinho, é 65 na cabeça. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirA bandidagem dominou o país e o estado.
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