Temer chama Joesley de 'bandido notório de maior sucesso na história brasileira' e diz que vai processá-lo
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Apesar de alianças do PMDB, Temer tenta ligar o sucesso
da JBS às gestões petistas
Michel Temer e Joesley Batista |
Depois de ser chamado por Joesley Batista, dono da JBS,
de líder da "maior e mais perigosa organização criminosa" do país, o
presidente Michel Temer disse que o empresário é "o bandido notório de
maior sucesso na história brasileira". Neste sábado, o Palácio do Planalto
afirmou que a JBS tinha "milhões de razões" para odiar o governo
Temer, e tentou associar o crescimento da empresa somente aos governos
petistas, dos quais o partido de Michel Temer era aliado. Michel Temer disse
que irá processar Joesley Batista.
"Os fatos elencados demonstram que o senhor Joesley
Batista é o bandido notório de maior sucesso na história brasileira", diz
o comunicado do Planalto, que nega que Temer tenha feito pedidos ao empresário.
"Ele (Joesley) diz que o presidente sempre pede algo a ele nas conversas
que tiveram. Não é do feitio do presidente tal comportamento mendicante".
O ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da
Presidência) também divulgou uma nota na qual afirma que o dono da JBS, Joesley
Batista, tem "desenvoltura em mentir". Moreira disse ter se
encontrado apenas uma vez com o delator em uma viagem de trabalho e afirma que
não ter tido relacionamento com o empresário.
Mais em continua...
"É surpreendente a ousadia e a desenvoltura em
mentir do contraventor Joesley Batista. Estive com ele uma única vez, em um
grupo de brasileiros, numa viagem de trabalho em Pequim, ocasião em que me foi
apresentado. E nunca mais nos encontramos. Seu juízo a meu respeito é o de quem
quer prestar serviço e para tal, aparenta um relacionamento que nunca
existiu", afirma Moreira, em nota.
O peemedebista — investigado no Supremo Tribunal Federal
por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça — afirmou
que nesta segunda-feira, próximo dia útil, processará Joesley civil e
penalmente, para reparar danos à Presidência e ao Brasil.
"O governo não será impedido de apurar e
responsabilizar o senhor Joesley Batista por todos os crimes que praticou,
antes e após a delação", promete.
À revista "Época", o delator ataca o presidente
e diz que ele é chefe da maior organização criminosa nacional. “Essa é a maior
e mais perigosa organização criminosa desse país. Liderada pelo presidente”,
declarou Joesley. “O Temer é o chefe da Orcrim (organização criminosa) da
Câmara. Temer, Eduardo, Geddel, Henrique, Padilha e Moreira. É o grupo deles.
Quem não está preso está hoje no Planalto”.
Joesley ainda declarou que sempre teve livre acesso a
Temer, e que ele lhe telefonava e chamava para conversar. Para Batista, Temer o
via como meio de obter propina. “Acho que ele me via como um empresário que
poderia financiar as campanhas dele — e fazer esquemas que renderiam propina.
Toda vida tive total acesso a ele. Ele por vezes me ligava para conversar, me
chamava, eu ia lá”, disse Joesley Batista, emendando:
“O Temer não tem muita cerimônia para tratar desse
assunto. Não é um cara cerimonioso com dinheiro”.
Como no primeiro pronunciamento de Temer após o GLOBO
mostrar que ele deu aval para que Joesley comprasse do silêncio de Eduardo
Cunha na cadeia, o Planalto condenou os termos da delação. Na prática, também é
um ataque ao Ministério Público, que conduz o processo.
"(Joesley) Conseguiu enriquecer com práticas pelas
quais não responderá e mantém hoje seu patrimônio no exterior com o aval da
Justiça. Imputa a outros os seus próprios crimes e preserva seus reais
sócios." O acordo de leniência da JBS ficou em R$ 10,3 bilhões. O MP
defende que é "o montante é o maior decorrente de acordos de leniência já
firmados no Brasil e no mundo". A Odebrecht pagou R$ 3,28 billhões. A
Braskem, R$ 3,1 bilhões, enquanto a Andrade Gutierrez desembolsou R$ 1 bilhão.
Além de ironizar o acordo de leniência da JBS e de
colaboração premiada de seus executivos, o Palácio do Planalto tenta atrelar o
salto financeiro da multinacional a mandatos petistas na Presidência. Sem
mencionar nomes dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff —
aliados do PMDB, partido presidido por Temer por 15 anos —, a Presidência cita
a trajetória da JBS a partir de 2005, no fim do primeiro governo Lula, até
2016, com Dilma. Temer era vice da petista a partir de 2011 e estava, portanto,
no Palácio.
"Em 2005, o Grupo JBS obteve seu primeiro financiamento
no BNDES. Dois anos depois, alcançou um faturamento de R$ 4 bilhões. Em 2016, o
faturamento das empresas da família Batista chegou a R$ 183 bilhões. Relação
construída com governos do passado, muito antes que o presidente Michel Temer
chegasse ao Palácio do Planalto. Toda essa história de 'sucesso' é preservada
nos depoimentos e nas entrevistas do senhor Joesley Batista".
Ainda sem citar nomes, o texto do Planalto fala que os
"reais parceiros de sua trajetória de pilhagens, os verdadeiros contatos
de seu submundo, as conversas realmente comprometedoras com os sicários que o
acompanhavam, os grandes tentáculos da organização criminosa que ele ajudou a
forjar ficam em segundo plano, estrategicamente protegidos".
Quando cita ações do governo Temer com a multinacional, a
nota do Planalto coloca Temer como tendo barrado iniciativas da empresa, o que
daria à companhia "milhões de razões" para ódio da gestão
peemedebista.
"Em relação ao BNDES, é preciso lembrar que o banco
impediu, em outubro de 2016, a transferência de domicílio fiscal do grupo para
a Irlanda, um excelente negócio para ele, mas péssimo para o contribuinte
brasileiro."
Também na nota, Temer afirmou que irá tomar "todas
as medidas cabíveis" contra Joesley e que, já na próxima segunda-feira,
vai protocolar ações civil e penal contra ele:
"O presidente tomará todas as medidas cabíveis
contra esse senhor. Na segunda-feira, serão protocoladas ações civil e penal
contra ele. Suas mentiras serão comprovadas e será buscada a devida reparação
financeira pelos danos que causou, não somente à instituição Presidência da
República, mas ao Brasil. O governo não será impedido de apurar e
responsabilizar o senhor Joesley Batista por todos os crimes que praticou, antes
e após a delação."
EM DEPOIMENTO, JOESLEY CONFIRMA ACUSAÇÕES
Nesta sexta-feira, Joesley Batista confirmou à Polícia
Federal as acusações a Temer e ao ex-assessor especial da Presidência Rodrigo
Rocha Loures — flagrado recebendo mala com R$ 500 mil, após ser indicado por
Temer em gravação com Joesley.
A conversa de Joesley com Temer, tarde da noite no
Palácio do Jaburu, sem registro de entrada ou de agenda oficial, mostra que o
empresário relatou crimes ao presidente: suborno a um procurador da República,
a manipulação de dois juízes, e pagamento de mesada ao ex-deputado Eduardo
Cunha e ao operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro. Além disso, Batista mostra
interesse em cargos e decisões estratégicas do governo e pede a Temer para
indicar um novo interlocutor. Isto porque, depois de demitido, Geddel estaria
fora de jogo. Temer indica o então assessor Rocha Loures, filmado recebendo
mala de dinheiro em São Paulo. Loures está preso.
LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA
"Em 2005, o Grupo JBS obteve seu primeiro financiamento
no BNDES. Dois anos depois, alcançou um faturamento de R$ 4 bilhões. Em 2016, o
faturamento das empresas da família Batista chegou a R$ 183 bilhões. Relação
construída com governos do passado, muito antes que o presidente Michel Temer
chegasse ao Palácio do Planalto. Toda essa história de "sucesso" é
preservada nos depoimentos e nas entrevistas do senhor Joesley Batista. Os
reais parceiros de sua trajetória de pilhagens, os verdadeiros contatos de seu
submundo, as conversas realmente comprometedoras com os sicários que o
acompanhavam, os grandes tentáculos da organização criminosa que ele ajudou a
forjar ficam em segundo plano, estrategicamente protegidos.
Ao bater às portas do Palácio do Jaburu depois de 10
meses do governo Michel Temer, o senhor Joesley Batista disse que não se
encontrava havia mais de 10 meses com o presidente. Reclamou do Ministério da
Fazenda, do CADE, da Receita Federal, da Comissão de Valores Mobiliários, do
Banco Central e do BNDES. Tinha, segundo seu próprio relato, as portas fechadas
na administração federal para seus intentos. Qualquer pessoa pode ouvir a
gravação da conversa na internet para comprová-lo.
Em relação ao BNDES, é preciso lembrar que o banco
impediu, em outubro de 2016, a transferência de domicílio fiscal do grupo para
a Irlanda, um excelente negócio para ele, mas péssimo para o contribuinte
brasileiro. Por causa dessa decisão, a família Batista teve substanciais perdas
acionárias na bolsa de valores e continuava ao alcance das autoridades
brasileiras. Havia milhões de razões para terem ódio do presidente e de seu
governo.
Este fim de semana, em entrevista à revista Época, esse
senhor desfia mentiras em série.
A maior prova das inverdades desse é a própria gravação
que ele apresentou como documento para conseguir o perdão da Justiça e do
Ministério Público Federal por crimes que somariam mais de 2 mil anos de
detenção. Em entrevista, ele diz que o presidente sempre pede algo a ele nas
conversas que tiveram. Não é do feitio do presidente tal comportamento mendicante.
Quando se encontraram, não se ouve ou se registra nenhum pedido do presidente a
ele. E, sim, o contrário. Era Joesley quem queria resolver seus problemas no
governo, e pede seguidamente. Não foi atendido antes, muito menos depois.
Ao delatar o presidente, em gravação que confessa alguns
de seus pequenos delitos, alcançou o perdão por todos seus crimes. Em seguida,
cometeu ilegalidades em série no mercado de câmbio brasileiro comprando US$ 1
bilhão e jogando contra o real, moeda que financiou seu enriquecimento. Vendeu
ações em alta, dando prejuízo aos acionistas que acreditaram nas suas empresas.
Proporcionou ao País um prejuízo estimado em quase R$ 300 bilhões logo após
vazar o conteúdo de sua delação para obter ganhos milionários com suas
especulações
Os fatos elencados demonstram que o senhor Joesley
Batista é o bandido notório de maior sucesso na história brasileira. Conseguiu
enriquecer com práticas pelas quais não responderá e mantém hoje seu patrimônio
no exterior com o aval da Justiça. Imputa a outros os seus próprios crimes e
preserva seus reais sócios. Obtém perdão pelos seus delitos e ganha prazo de
300 meses para devolver o dinheiro da corrupção que o tornou bilionário, e com
juros subsidiados. Pagará, anualmente, menos de um dia do faturamento de seu
grupo para se livrar da cadeia. O cidadão que renegociar os impostos com a
Receita Federal, em situação legítima e legal, não conseguirá metade desse
prazo e pagará juros muito maiores.
O presidente tomará todas medidas cabíveis contra esse
senhor. Na segunda-feira, serão protocoladas ações civil e penal contra ele.
Suas mentiras serão comprovadas e será buscada a devida reparação financeira
pelos danos que causou, não somente à instituição Presidência da República, mas
ao Brasil. O governo não será impedido de apurar e responsabilizar o senhor
Joesley Batista por todos os crimes que praticou, antes e após a delação."
Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência
da República
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tres governos que é uma piada
ResponderExcluirGOVERNO FEDERAL
GOVERNO DO MARANHÃO
(GOVERNO)PREFEITO DE LAGO DO JUNCO
KKKKKKKKKKKK será onde o Brasil o estado e município vão chegar com péssimos administradores
Só no Brasil mesmo; um bandido e ladrão como esse Michel temer falar em processar alguém. O brasil tá correndo perigo nas mãos desse bandido.
ResponderExcluirEste presidente é muito cara d pau
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ResponderExcluirEu estou achando esse tal de Joeslei um fanfarrão acho que ele está é querendo é mídia, eu não acredito em nenhum desses políticos aliás eu odeio política. Não sei quem mente mais nessa história sem fim....
É muita cara de pau esse TEMER PILANTRA
ResponderExcluirInfelizmente e nosso Brasil. Um presidente investigado e continua na presidência
ResponderExcluirvc vai processar Joesley tal não seja condenado o Brasil já decretou a sua sentença e de outros mas vcs irá pagar que estão fazendo com o povo
ResponderExcluirDaqui a pouco os ladrões vão processar as pessoas que nao tem nada de valor pra ser roubaDO.
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