O Imparcial: Weverton critica reformas do governo Temer
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Em entrevista a O Imparcial,
deputado Weverton Rocha (PDT) questiona reformas trabalhista e da Previdência e
fala sobre apoio de Flávio Dino à sua pré-candidatura ao Senado
No ano que antecede as eleições
de 2018, o cenário político do país está longe de ser tranquilo. Na verdade,
não faltou turbulência para esquentar o clima de Brasília e, consequentemente,
do restante do país. Em meio a escândalos, a capital federal tornou-se um local
para batalhas polêmicas envolvendo as reformas trabalhista e da Previdência,
por exemplo. Os questionamentos sobre estes temas estão longe de serem
resolvidos, o que ainda incomoda aqueles que fazem oposição ao presidente
Michel Temer, como é o caso do deputado federal Weverton Rocha (PDT).
Líder do PDT na Câmara, o
político maranhense questiona as reformas propostas pelo governo federal e
garante que, da maneira como estas decisões foram tomadas, haverá um prejuízo
muito grande na vida dos brasileiros. Em entrevista ao jornal O Imparcial, Rocha
é claro ao questionar a legitimidade popular do governo Temer, o que atrapalha
ainda mais as reformas trabalhista e da Previdência. “Tudo nela está errado.
Precisava ser melhor discutida com o Congresso e certamente não poderia
acontecer pelas mãos de um governo que não tem legitimidade popular, como o do
presidente Temer”, afirmou o pedetista.
Continua...
Em seu segundo mandato como
deputado federal e postulante a uma vaga no Senado em 2018, Weverton Rocha
entende ser necessário que o Brasil volte a crescer. Para o parlamentar,
retirar direitos dos trabalhadores e dos aposentados não é a solução para os
problemas do país.
No caso da reforma trabalhista,
Rocha cita um estudo divulgado pelo Senado para criticar o governo federal, que
garante criação de mais empregos a partir de agora. O deputado do PDT vê como
“falácia” esse pensamento do governo Temer, uma vez que o Brasil precisa de
investimentos para se desenvolver.
“Como haverá desenvolvimento sem
investimentos? E se não há desenvolvimento, não há emprego. Portanto, dizer que
as reformas vão gerar empregos é uma falácia. O que aconteceu, na verdade, é
que as garantias do trabalhador foram bastante reduzidas, facilitando a
rotatividade e tornando piores as condições de trabalho”, explicou.
Mas, enquanto faz críticas ao
governo Temer, o deputado Weverton Rocha segue sua caminhada pelos municípios
maranhenses para viabilizar sua candidatura ao Senado. Ontem, por exemplo, o
deputado reuniu lideranças em Timon. “Este é um projeto coletivo de construção
de uma pré-candidatura que representa os anseios e as aspirações de todos”,
explicou Rocha.
O Imparcial – A Câmara teve uma
pauta bem cheia este ano, algumas bem polêmicas, como a reforma trabalhista e a
reforma da Previdência. Como o senhor avalia 2017?
Weverton Rocha – Foi um ano em
que a produção do Legislativo foi muito pautada pela vontade do Executivo em
aprovar medidas que interessam ao capital financeiro, o mesmo que criou todas
as condições para que o presidente Temer assumisse com o golpe do impeachment.
A aprovação da reforma trabalhista, a regulamentação superflexível do conceito
de terceirização, a aprovação do Refis e a tentativa de aprovar a reforma da
Previdência mostram que o ano foi marcado por retrocessos, que infelizmente
foram respaldados pela maioria do governo na Câmara.
E como o senhor se posicionou?
Fui contra todas essas pautas.
Minha atuação, até porque sou do PDT desde os 16 anos, é muito focada no
trabalhador. Não tem como apoiar uma legislação que enfraquece o legislado em
favor do negociado, se sabemos que a negociação é entre quem tem medo de perder
o emprego e quem tem o poder de demitir. O desequilíbrio de for- ças é óbvio
nesse caso. Não dá para apoiar o desmonte da Justiça Trabalhista que nos
colocou na vanguarda de proteção ao trabalhador no mundo. Não é possível apoiar
o Refis que dá perdão de bilhões em dívidas, que poderiam financiar projetos
importantes para o país, enquanto o governo repassa essa dívida para o povo.
Mas o governo alega que a reforma
trabalhista, por exemplo, vai gerar mais emprego. Isso não é bom?
Um estudo do Senado, divulgado na
semana que passou, mostra que o nível de investimentos públicos no Brasil
voltou ao patamar de 1990. Como haverá desenvolvimento sem investimentos? E se
não há desenvolvimento, não há emprego. Portanto, dizer que as reformas vão
gerar empregos é uma falácia. O que aconteceu, na verdade, foi que as garantias
do trabalhador foram bastante reduzidas, facilitando a rotatividade e tornando
piores as condições de trabalho.
E as mudanças promovidas pela
Medida Provisória não melhoraram algumas coisas?
Muito pouco. Primeiro porque
alguns dos maiores retrocessos ficaram de fora. Depois, porque em alguns casos
a MP piorou a situação mesmo. Veja o caso do trabalho intermitente. À primeira
vista, o governo fez parecer que houve avanço por não cobrar multa do
trabalhador que não comparecer se for chamado. Por outro lado, colocou na lei
que ele não terá direito a seguro-desemprego. Está oficializada a
regulamentação do bico e criada a categoria do subemprego em que o empregado
pode ganhar menos que um salário mínimo, trabalhar e ganhar só quando o patrão
quer e ainda não tem seguro-desemprego. Um absurdo.
O governo quer votar agora uma
parte da reforma da Previdência. O senhor acredita que será aprovada?
Não há clima no Congresso para
isso, até porque muitos parlamentares da base governista sabem o custo
eleitoral de votar uma reforma tão impopular. O risco é que o governo,
estrategicamente, está querendo fatiar a reforma. Passar agora só a parte que ele
considera principal, que é por a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) e
deixar algumas outras partes para projeto de lei, que exige um quórum mais
baixo para aprovação. Na prática, o governo do presidente Michel Temer que
aprovar a reforma aos poucos e, sem que ninguém perceba, o monstro estará
criado.
O que é pior nessa reforma?
Tudo nela está errado. Precisava
ser melhor discutida com o Congresso e certamente não poderia acontecer pelas
mãos de um governo que não tem legitimidade popular, como o do presidente
Temer. A idade mí- nima de 65 anos, por exemplo, condenará milhões de brasileiros
a morrerem sem se aposentar. Imagina isso aplicado em estados com o Maranhão,
em que a expectativa média de vida é de 65 anos. Igualar a idade de
aposentadoria de mulheres é outro absurdo. Mesmo no Japão, um dos países mais
longevos do mundo, essa mudança foi gradual, vem acontecendo há anos e só se
consolidará agora em 2017. Sem falar na retirada de direitos dos professores e
dos trabalhadores rurais, cujas condições de trabalho extenuantes tornam
impensável prolongar o trabalho até os 65 anos.
O senhor tem feito uma oposição
bem forte ao governo Temer. Qual foi sua posição na votação das denúncias
contra ele?
Eu votei contra o presidente
Temer nas duas denúncias. Eu e toda a bancada do PDT fechamos questão nisso. O
presidente não pode estar acima da lei. Se qualquer cidadão pode ser
investigado, por que não o presidente? Acho que a Câmara perdeu uma ótima
oportunidade de se colocar em sintonia com a população, que pedia em massa a
saída desse presidente.
E sua pré-candidatura ao Senado?
Há muita especulação sobre quem seriam os candidatos do governador Flávio Dino.
O senhor seria um deles?
Sou pré-candidato ao Senado pelo
PDT como parte de um projeto construído ao longo deste ano envolvendo diversas
e importantes lideranças políticas, entre deputados federais, estaduais,
prefeitos e vereadores. E nessa caminhada tenho recebido o apoio de presidentes
de importantes partidos, como Luciano Leitoa, do PSB, Márcio Jerry, do PCdoB, e
Juscelino Filho, do DEM. Quanto ao governador Flávio Dino, tenho visto ele
empenhado em governar o estado e fazer um grande trabalho em todas as áreas.
Acredito que ele se posicionará sobre política no momento certo.
2 Comentários
esse ai sem sombra de dúvida vai receber o meu voto,pois foi homem o bastante para desafiar Michel Temer e sua gangue! pois os políticos maranhenses que votaram a favor do presidente golpistas vão dancsr todos de deputado a senadores!
ResponderExcluirEsse aí é um dos deputados maranhenses que merece ser eleito.voto nele pra deputado ou senador
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