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Diante de um cenário nacional de retração de investimentos, o secretário da pasta, Carlos Lula, explica quais medidas estão sendo adotadas para manter os avanços


Nos primeiros dias do ano, o Maranhão recebeu a notícia de que o Governo do Estado planeja expandir serviços e lançar programas inéditos na área da saúde.

O Imparcial – O Governo do Estado já apresentou algumas novidades para a saúde, inclusive, nesta semana, houve o lançamento do programa Mais Cirurgias. Existe um fila de espera de anos para alguns procedimentos, o projeto recém lançado vai conseguir zerar a fila?

Carlos Lula – Seria um sonho, mas também uma utopia afirmar que em algum momento não haverá mais filas. Precisamos levar em consideração que, no Maranhão, mais de 95% da população é usuária do SUS. Com o Mais Cirurgias, o Governo pretende reduzir o tempo de espera e fazer mais procedimentos cirúrgicos. A meta é ultrapassar 70 mil cirurgias este ano, isto é 12% a mais que o ano passado.

Você pode considerar um número razoável, mas se compararmos 2019 e 2014, temos um salto de 145% do número de procedimentos realizados nas unidades da rede estadual. Para isso precisamos abrir mais hospitais, contratar mais equipes e equipamentos. Um investimento altíssimo feito com recursos do cofre estadual para garantir o acesso de mais maranhenses a cirurgias. Já somos o quarto estado do país em número de procedimentos cirúrgicos na rede estadual. Isso faz com que a fila ande cada vez mais rápido e melhore o acesso do usuário ao sistema.

Como se dá o acesso das pessoas ao programa?

Carlos Lula – O Mais Cirurgias é sobre procedimentos eletivos, não urgentes. Este é o tipo de procedimento que pode ser agendado sem que, enquanto espera, coloque em risco a vida. Infelizmente, há um problema de décadas, algumas cirurgias ultrapassaram o tempo limite de espera recomendado. Por isso, fizemos investimentos na abertura de nove novos hospitais.

Eles nos colocaram, como dito, em 4º lugar entre os estados brasileiros que mais realiza procedimento cirúrgico na rede estadual. Estamos atrás apenas de São Paulo, Bahia e Pernambuco, que possuem um número populacional superior ao Maranhão. Então, nada mais justo que nossa prioridade ser o paciente que hoje aguarda pelo procedimento na fila de espera dos nossos hospitais ou encaminhados pela lista das Secretarias Municipais de Saúde.

“Tra­ves­sia Saú­de” é novidade para população
Qual o principal desafio para a saúde neste ano tão cheio de projetos?

Carlos Lula – Há algum tempo, o grande entrave de gestores da saúde é o subfinanciamento do SUS. Cálculos do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) mostram que o fluxo de recursos federais para financiamento da saúde segue uma linha decrescente. Portanto, o principal desafio seria manter a criatividade. Precisamos de soluções criativas para o financiamento do SUS. Entre elas, o estreitamento de parcerias com institutos internacionais e Consórcio Nordeste. Junto a Fundação Nippon, por exemplo, queremos reduzir em 90% os casos de hanseníase no Maranhão, nos próximos três anos. Com o Consórcio Nordeste, estamos economizando milhões de reais na compra coletiva de medicamentos de altíssimo custo. Essas soluções visam, sobretudo, garantir que o SUS sirva bem a cada maranhense que buscar o serviço.  

Outra novidade compartilhada há pouco tempo é o serviço do ‘Travessia Saúde’. Como foi pensado este projeto, a quem se destina?

Carlos Lula – Ano passado, a cidade de Matões do Norte recebeu a primeira Policlínica.  Consulta médica especializada, acompanhamento para os hipertensos e diabéticos, exames preventivos de rotina. Mais um serviço inédito no Maranhão, inaugurada para atender uma região de 14 municípios. Percebemos tempos depois que, embora o serviço fosse aceito e elogiado, havia um absenteísmo muito alto. Descobrimos que muitos pacientes deixaram de ir para a consulta por falta de condição financeira para arcar com o deslocamento. Então, em parceria com a Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), lançamos o Travessia Saúde.

Ele surgiu para garantir que nenhum paciente perca sua consulta por causa da falta de dinheiro para a passagem. Alguns podem se perguntar se essa seria a atribuição da saúde, mas o serviço nos ajuda a evitar outros problemas, que serão mais caros – como o adoecimento dessas pessoas e necessidade de hospitalização. O SUS, ao fim e ao cabo, é um enorme programa social de inclusão e redução de desigualdades.  

Quais investimentos estão previstos para este ano?

Carlos Lula – Com o sucesso da Policlínica de Matões do Norte, decidimos ampliar e trazer o modelo para São Luís. A partir de fevereiro, a capital ganhará Policlínicas nos mais diversos bairros. Também vamos retomar a entrega de ambulâncias para os municípios maranhenses. Outro modelo de sucesso, o Hospital de Traumatologia e Ortopedia também ganhará unidades no interior.

Hoje, o nosso HTO, como é conhecida a unidade, tem 97% de aprovação dos pacientes que já utilizaram o serviço. Levaremos esta mesma satisfação para os maranhenses que necessitam deste atendimento para outras regiões do estado. Além disso, novos hospitais. Como eu disse antes, o SUS serve a 95% da população maranhense. Para atender essa demanda de mais de 7 milhões, nós precisamos continuar a ampliação do atendimento de média e alta complexidade, seguir com a expansão de leitos de enfermaria e UTI.

Fonte - O Imparcial
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