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Um estudo da Confederação Nacional da Indústria calcula um prejuízo de mais de R$ 8 bilhões para o país, este ano, por causa do aumento no preço da energia elétrica.

Na cozinha da confeiteira Viviane Janibelli tem forno elétrico industrial, freezer, duas geladeiras e uma panela elétrica que, por enquanto, ela deixou de usar.

“Foi um investimento alto para ter a panela que é o sonho de toda confeiteira e não estou podendo usar para economizar energia”, conta.

Os produtos que a confeiteira usa em suas receitas também ficaram mais caros nos últimos meses. Os ganhos com a venda de brigadeiros e panetones diminuíram bastante.

“A farinha de trigo, leite, chocolate, manteiga, creme de leite. Tudo subiu muito e eu estou tentando não passar, mas difícil”, diz Viviane.

O trabalho de Viviane está sendo afetado especialmente pela conta de luz. Em meio à maior crise hídrica dos últimos 91 anos, a energia ficou mais cara e criou um efeito cascata que tem impacto no fabricante do chocolate, no brigadeiro e no custo de vida dos consumidores.

Especialistas explicam que o preço mais alto da energia encarece a produção nas indústrias. Por isso, os produtos também ficam mais caros. O consumidor, que já está pagando mais pela conta de luz, acaba deixando de comprar alguns produtos e toda a economia é impactada.

“Com a inflação, o governo é obrigado a aumentar a taxa de juros da economia e isso reduz a atividade econômica. Além disso, o aumento do preço da energia aumenta os custos dos produtos que o Brasil exporta, ou seja, reduz a competitividade dos produtos brasileiros”, explica Maurício Tolmasquim, professor do Programa de Planejamento Energético dada Coppe/UFRJ.

Um estudo da Confederação Nacional da Indústria calcula uma perda de R$ 8,2 bilhões para o Brasil, este ano, por causa da disparada dos custos da energia elétrica e o fechamento de 166 mil postos de trabalho.

“A produção sendo reduzida, há necessidade de menos mão de obra. Há demissões por conta disso. Isso reduz a renda das famílias, o consumo da família cai, com isso afetando o restante da produção, não só industrial, enfim, todo o restante da economia tem essa perda de renda”, diz Marcelo Souza Azevedo, gerente de análise econômica da CNI.

O estudo levou em conta a previsão de reservatórios de água no Sudeste e Centro-Oeste abaixo de 15% até o fim do ano. As chuvas de outubro fizeram o Operador Nacional do Sistema aumentar a previsão de armazenamento em novembro para 18,7%.

“Como os reservatórios estão muito baixos, mesmo com essa melhoria da hidrologia em outubro e novembro, as térmicas terão que continuar a operar, e com isso você tem que manter o nível das bandeiras altas para remunerar o custo de operação dessas termelétricas. Portanto, o custo já está dado”, afirma.

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