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 O índice, que mede a variação dos gastos para ter ou manter um carro, ficou em 18,46% em 12 meses.



Neste ano, o preço da gasolina já subiu mais de 70%. E tem outros itens pesando muito no orçamento de quem tem um carro.

Não é de hoje que a gente ouve que carro só dá gasto, mas fazia tempo que o motorista não arcava com uma conta tão pesada. Se fosse só o combustível, já seria muito. O problema é que tem mais.

“Vim trocar o óleo do carro. Estou pagando coisa de 40% a mais do que eu paguei da última vez. O óleo subiu muito, o filtro do óleo está um absurdo. É uma manutenção básica, de seis em seis meses eu tenho que fazer”, diz o engenheiro civil Renoir Gomes.

Anselmo também pagou caro pelo básico: segurança.

“Eu vim colocar quatro pneus no carro porque eu pretendo fazer uma viagem até Aparecida. Então, a gente tem que deixar o veículo em ordem para evitar acidentes. Esse pneu que coloquei subiu mais de R$ 100 em um ano”, conta o juiz de paz Anselmo Miguel dos Santos.
A inflação ao motorista, apurada pela Fundação Getúlio Vargas, mede a variação do quanto a gente gasta para ter ou manter um carro. Nos últimos 12 meses, a alta foi a maior desde o ano 2000: 18,46%.

“É o maior em 20 anos e é o mais espalhado, né? Geralmente, ela aumentava um pouco por alguma pressão pontual, seja do automóvel, seja dos combustíveis principalmente, mas agora ela está bem espalhada mesmo, por todos os itens que compõem essa cesta”, diz o economista do Ibre/FGV Matheus Peçanha.

Alguns custos subiram mais do que a média geral. Foi o caso dos combustíveis, com altas fortes da gasolina, do etanol e até do gás natural, o GNV. Mas o que os motoristas sentiram na prática, os números confirmam: também ficou bem mais caro fazer a manutenção do carro. Peças e acessórios subiram 12% nos últimos 12 meses. O óleo lubrificante ficou quase 10% mais caro. E quem pensa em pegar um carro novo, para não ter esse tipo de gasto tão já, também vai pagar mais.

A alta dos carros zero quilômetro foi de 11,27% - e com modelos em falta, por causa da crise dos semicondutores. O preço e a fila de espera para entrega aqueceram o mercado de usados, que subiram em média 8,44%. Uma valorização que, daqui a pouco, vai pesar no bolso, quando o ano virar e o motorista receber o carnê do IPVA.

“Como o IPVA é baseado no valor venal do carro, esse maior valor, você vendo o seu usado valorizado. Para quem não se desfizer do carro, vai ver o IPVA mais onerado no ano que vem”, afirma Matheus Peçanha.

Achar espaço no orçamento para todas as altas anda difícil. O que não cabe no bolso agora tem ficado para depois.

“Hoje eu vim trocar o óleo do carro, óleo e filtro, que já inclusive passou o período para trocar, era para fazer revisão nele e eu não estou fazendo revisão por conta da condição mesmo da situação. Chegando o décimo terceiro, a gente já começa a pensar em fazer o resto da manutenção”, diz o advogado Eduardo Ferreira de Menezes.

Fonte: Jornal Nacional

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