MPMA pede retorno dos PMs envolvidos no Caso Marquinhos para prisão preventiva
A Promotoria de Justiça de São Luís Gonzaga recorreu, na última quarta-feira (24), ao Tribunal de Justiça do Maranhão, pedindo a manutenção da prisão preventiva dos policiais militares do Serviço Velado Francisco Almeida Pinho, Rogério Costa Lima, Marcelino Henrique Santos Silva, Robson Santos de Oliveira e Gilberto Custódio dos Santos, acusados de torturar José de Ribamar Neves Leitão e matar Marcos Marcondes do Nascimento Silva.
Em decisão, o juiz Diego Duarte de Lemos revogou a prisão dos acusados, determinando liberdade condicional com diversas medidas cautelares como o comparecimento mensal em juízo, a proibição de contato com vítimas e testemunhas do processo e a monitoração eletrônica pelo prazo de 120 dias.
No recurso, o promotor de justiça Rodrigo Freire Wiltshire de Carvalho observa que a prisão foi decretada após exaustiva análise dos fatos, para assegurar a garantia da ordem pública e por conveniência da instrução criminal. “Da análise do presente caso, não se verifica a comprovação de qualquer alteração fática a ensejar a falta de motivo para a subsistência das prisões preventivas”, afirma.
O membro do MPMA lembra que o crime de ocultação de cadáver demonstra a motivação dos réus em alterar a cena do crime para montar uma versão diferente dos fatos, que pudesse favorecê-los. “Caso soltos, por se tratar de agentes estatais, poderão intimidar e ameaçar testemunhas, atrapalhar as investigações de diversas formas, o que dificultaria o esclarecimento dos fatos perante o juízo competente”, alerta Rodrigo de Carvalho.
Crimes
No dia 1º de fevereiro de 2021, José de Ribamar Neves, conhecido como “Riba”, estava na fazenda do sogro do policial Gilberto Santos, localizada na estrada Bela Vista, na zona rural do município de Bacabal, quando o policial o chamou para ir buscar ração para carneiros.
Porém a vítima foi levada a um loteamento abandonado, às margens da BR-316. No local, os policiais começaram a torturar José de Ribamar para obrigá-lo a confessar o suposto furto de carneiros, que teriam sido vendidos a Marcos Marcondes, ex-patrão dele.
Torturas
De acordo com o MPMA, Gilberto deu um golpe chamado “telefone” (bater as duas mãos em forma de concha nos ouvidos) na vítima e Pinho começou a espancar e enforcar Riba, que foi amarrado.
Pinho colocou um pano e começou a jogar água no rosto da vítima até que este perdesse os sentidos. Depois de ser reanimado, José de Ribamar foi jogado no porta-malas de um veículo.
Os denunciados foram ao estabelecimento comercial de Marcos Marcondes e o forçaram a entrar no mesmo veículo. Os policiais começaram a agredi-lo, exigindo a confissão do furto.
Os acusados levaram as vítimas ao loteamento Mearim Glass, em Bacabal. No local, Marcos Marcondes, foi agredido a socos por Pinho, por enforcamento por Gilberto e Marcelino pulou com os dois pés no peito da vítima.
Gilberto e Pinho começaram a despejar água sobre o rosto do comerciante, enquanto os outros policiais seguravam as pernas dele para que não se movimentasse.
Com uma camisa enrolada na mão, Pinho começou a exigir a confissão do furto, batendo no rosto da vítima, que parou de respirar e foi a óbito.
Simulação
Os policiais decidiram simular um confronto visando a afastar suas responsabilidades com relação à morte de Marcos Marcondes. Foram a uma estrada vicinal, numa fazenda no povoado Centro dos Cazuzas, na zona rural do município de São Luís Gonzaga do Maranhão.
Retiraram o corpo do comerciante do veículo, e os policiais Rogério, Marcelino e Robson seguraram o cadáver e Pinho efetuou um disparo de revólver no peito da vítima.
Pinho entregou a arma para Gilberto e mandou que matasse José de Ribamar. Porém, a arma falhou, o sobrevivente saiu correndo pelo matagal e os policiais efetuaram vários disparos em direção a Riba. Após a fuga, os denunciados esconderam o corpo de Marcos Marcondes.
Com o objetivo de simular o confronto policial, foi efetuado um disparo de arma na perna de Pinho. O fato foi testemunhado por José de Ribamar.
Os policiais perseguiram a vítima durante toda a noite do dia 1° de fevereiro e manhã do dia seguinte. José de Ribamar passou seis dias se escondendo e perambulando pela zona rural até chegar à casa do irmão dele na periferia de Bacabal, reaparecendo no dia 8 do mesmo mês.
- Com informações do Ministério Público do Maranhão
7 Comentários
Tem que voltar pra gaiola.Mataram um pai de família e estão solto?Será se já foram expulsos ??
ResponderExcluirJá era. somente Ordem Superior. Quem os soltou não foi a Justiça? Quem os vai prender agora antes da condenação? Ligue-se, Promotor.
ResponderExcluirEsses covarde tem que tá presos
ResponderExcluirVer no natal se eles2 ñ Tâo no churrasco na casa deles essa peste
ResponderExcluirFizeram uma maldade tão grande com esse rapaz, nem com um animal não é permitido fazer uma barbaridade dessa, têm que pagar mêsmo
ResponderExcluirTodos nós sabemos que trabalho de polícia é tenso, a qualquer momento eles podem enfrentar bala, no dia se eles estivessem procurando um carro suspeito e confundiram e metralharo por engano, não pode, mas mesmo assim é compreendido e até fazia sentido eles esperarem em liberdade o julgamento, mas os caras foram na maldade, torturaram que é a pior coisa que pode acontecer com ser humano e liberar esses assassinos cruéis é também torturaram os familiares, e olhem lá! Era pra ser duas mortes e para a justiça parece que não é nada, não venham com essa de dizer que é lei! Isso é uma vergonha!
ResponderExcluirDeveriam estar presos.Essas nossas leis são uma vergonha!
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