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 Contas podem ficar abertas por meses sem que vítimas percebam que foram usadas; veja dicas de como se proteger


Com as facilidades do Pix, bancos digitais abriram brechas para as quadrilhas de sequestro-relâmpago praticarem outros crimes além de tirarem o dinheiro das contas das vítimas. Os criminosos passaram a abrir "contas-laranja" no nome das pessoas sequestradas enquanto elas estão em seu poder. Após as vítimas serem libertadas, eles continuam usando essas contas para empréstimos ou para receberem transferências via Pix de outras pessoas que venham a ser capturadas. 

As contas podem ficar abertas por meses sem que as vítimas percebam que foram usadas como "comparsas" em outros crimes. Às vezes os bandidos também se aproveitam de vazamentos de bancos de dados pessoais e roubos de celulares e documentos para criar as contas-laranja. Em outros casos, pessoas se voluntariam como "laranjas" do golpe para receber e sacar o dinheiro. 

Essas diferentes dinâmicas do crime passam pela organização especializada de quadrilhas que juntam até dezenas de pessoas em diversas funções: o raptador, o cativeirista, o conteiro (que desvia o dinheiro para as contas-laranja). A especialização da criminalidade nos crimes que envolvem o Pix fez o número de casos de sequestro-relâmpago crescer 35,4% no estado de São Paulo.

Além do Pix, outras ferramentas virtuais têm sido usadas paralelamente nos golpes, como os aplicativos de relacionamento. O delegado da 1ª Delegacia Antissequestro, Eduardo Bernardo Pereira, afirma que os golpes com perfis falsos nesses apps — que já atingiram um a cada quatro brasileiros — são hoje os principais responsáveis por trás das extorsões em São Paulo.

"Ficou muito fácil para eles com esses aplicativos de encontro. No sequestro-relâmpago tradicional, em que se aborda a vítima na rua, eles têm que se expor um pouco mais, à luz do dia, em locais que são monitorados por câmeras. Nos casos dos aplicativos, a vítima acaba sendo seduzida para o local que o criminoso bem entende, em rua erma, sem monitoramento e já perto do cativeiro", diz.

Ele também relata que os criminosos começaram a aproveitar mais aplicativos fora do círculo de plataformas de relacionamento e as redes sociais, como o Tinder. Até mesmo aplicativos para compra e venda de itens ou de frete de caminhão são usados como isca.  

Apesar do rumo complexo de investigação, a 1ª Delegacia Antissequestro prendeu 116 pessoas por causa desses crimes em 2021. No primeiro semestre de 2022, outras 23 prisões foram realizadas.

Como evitar

Para evitar golpes do tipo, a primeira recomendação é que os clientes sempre estabeleçam limite de transferência e horário através do Pix. A medida reforça limitações já impostas pelo BC (Banco Central), como a transferência máxima de R$ 1.000 entre pessoas físicas no período noturno.

Nas ruas, as autoridades aconselham que motoristas e pedestres não fiquem parados com o celular. 

Outra dica é separar um celular específico para ser deixado em casa com os aplicativos dos bancos. Isso porque, se o criminoso tiver acesso ao app do banco do cliente durante um sequestro, ele poderá facialmente criar chaves que habilitam o uso do Pix.  

Também há dicas técnicas para rastrear, bloquear e apagar os dados do celular antes e depois de os crimes serem consumados, como o uso do Imei para bloquear o aparelho a distância.

Quem sofre um golpe ou um sequestro deve imediatamente entrar em contato com os bancos e registrar boletim de ocorrência na polícia. 

O executivo-chefe de Segurança da PSafe, Emilio Simoni, recomenda também, por precaução extra, que as pessoas não guardem senhas de email junto dos aplicativos de banco. Ele considera o caso de os bandidos conseguirem roubar o aparelho ainda desbloqueado, sem impedimento de senhas de acesso.  

"Quase sempre os usuários utilizam o email de recuperação de senha no próprio dispositivo que é usado para acessar o banco. Desse modo fica simples para um criminoso recuperar a senha pelo email e fazer transações. Para mitigar esse problema, basta não utilizar o email de recuperação de senha no mesmo dispositivo em que estão instalados os apps bancários", pontua.

Ele destaca ainda que os brasileiros sofreram nos últimos meses com vazamentos históricos de dados pessoais, segundo as análises de sua empresa, especialista em cibersegurança. Para evitar esse outro tipo de roubo de dados, Simoni recomenda mudar senhas com frequência, atenção a qualquer movimentação financeira estranha, nunca fornecer dados sensíveis em sites duvidosos, não salvar dados bancários em sites de compras e não clicar ou baixar arquivos de fontes desconhecidas.

Contra esse tipo de golpe, o Banco Central orienta que as pessoas sempre monitorem no Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro se contas foram abertas no seu nome. 

Bancos

Atualmente, raramente os clientes têm ressarcimento quando são vítimas de roubos no Pix, já que o banco alega que todos os dados e ações necessários para as transferências são realizados pelos próprios usuários

O delegado Eduardo Bernardo Pereira acredita que o aumento da segurança nos celulares e aplicativos "depende de um esforço político e da articulação com os bancos para trazer inovações contra esses tipos de golpe".

Em nota, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou que acompanha permanentemente o tema e está atenta aos problemas de segurança pública relacionados com o Pix. A entidade ressaltou que em 2015 fechou um acordo de cooperação técnica com a PF (Polícia Federal) para o combate a fraudes bancárias, que já ajudou a iniciar 60 operações policiais.

"Além disso, os bancos associados à Febraban mantêm equipes que atuam exclusivamente no combate à fraude documental. Treinamentos sobre o assunto são realizados rotineiramente", completou a Febraban.

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10 Comentários

  1. Esse negocio de pix nao é comigo nao

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  2. Meu avô me dizia: (Meu fio meu fio, tu vai vê coisa...) "As pessoas diziam que isso ( cheque, cartão, pix...) ia inibir os roubos e assaltos, fez foi piorar! Agora os ladrões levam teu dinheiro, pertences e ainda te levam junto para fazer a transferência via pix, você é roubado e sequestrado ao mesmo tempo e pior corre mais risco de morrer kkkk vou ri pra não chorar! Esse é o nosso Brasil; será que esse dinheiro não está caindo direto nas contas dos políticos kkkk

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  3. Brasil não tem boas leis prisão perpétua ou pena de morte ai da nisso um crime atrás do outro

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  4. Uma pouca vergonha está história do pix. Os bancos inventam tal aplicativo mas os mesmos esquecem que e necessário seguridade pra usar o app.

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  5. O Brasil é um país em que ninguém pode ter nada

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    1. O país lança uma tecnologia tão bacana quanto o pix para facilitar a vida das pessoas, mas você corre risco de ser sequestrado e roubado.

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  6. Se você compra uma casa, invadem e roubam. Se compra um carro ou moto, te roubam. Se compra um celular, tem que andar escondendo como se os bandidos fossem nós, pois também querem roubar. Agora mais isso. Onde vamos parar meu Deus

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    1. Se consegue empreender e abrir um comercio, não importa o quão pequeno ou grande ele seja, você corre alto risco de ser assaltado. O fato de haver países piores, não anula a merda que esse país esta se tornando. Até pra sair a noite e curtir lugares bonitos do próprios país é difícil, pois corre risco de ir e não voltar mais pra casa.

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  7. Brasil pais da teoria perfeita, leis fracas e ultrapassadas, segue o jogo

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  8. Brasil vai muda quando hein gente

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