Arrastão barulhento de Simplício Araújo gera nota de repúdio de associação que representa pessoas com necessidades especiais

No último sábado à noite, Simplício Araújo, candidato a prefeito de Pedreiras, realizou um arrastão que, embora não tenha reunido uma multidão, fez muito barulho e deixou marcas negativas na cidade. A mobilização foi marcada pelo uso excessivo de motos sem escapamento e som alto, uma estratégia que, em vez de atrair simpatizantes, despertou duras críticas da população e, principalmente, da Associação de Reabilitação de Crianças e Adultos (ARCA).

Em uma nota de repúdio contundente, a ARCA manifestou seu descontentamento com a conduta irresponsável das equipes de campanha de Simplício, apontando que o uso abusivo de motos e o alto volume de som comprometem diretamente o bem-estar da população. A associação destacou os danos causados, especialmente, a pessoas com deficiência, que sofrem com crises de ansiedade, convulsões e até riscos à vida devido ao barulho intenso.

Abaixo, a nota completa da ARCA, que faz uma chamada à responsabilidade e respeito no decorrer das campanhas:

Nota de repúdio

"Nós, da ARCA, manifestamos nosso veemente repúdio à conduta irresponsável e desrespeitosa de candidatos políticos e suas equipes de campanha que, em busca de visibilidade e votos, recorrem ao uso abusivo de motos sem descarga e som alto nas ruas de nossa cidade.

Essa prática não só fere o direito ao sossego e à paz de todos os cidadãos, como também afeta diretamente a qualidade de vida das pessoas com deficiência, em especial aquelas que possuem condições como autismo, deficiência auditiva ou sensibilidade a ruídos. Para essas pessoas, o excesso de barulho pode provocar crises de ansiedade, ataques cardíacos, convulsões e até à morte, em alguns casos.

É inadmissível que, em pleno século XXI, o direito à acessibilidade e à inclusão seja ignorado em prol de campanhas eleitorais que priorizam o show e a poluição sonora em detrimento do respeito à saúde pública. Lembramos que os direitos das pessoas com deficiência são garantidos por lei — Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência nº 13.146, de 6 de julho de 2015 — e que qualquer ação que contribua para a exclusão e o sofrimento dessas pessoas é um ato de discriminação e deve ser tratado com a seriedade devida.

Exigimos que os candidatos políticos demonstrem responsabilidade, sensibilidade e compromisso com toda a população, respeitando os limites do bom senso e as necessidades especiais de todos os cidadãos. Campanhas barulhentas e desrespeitosas não são apenas uma falta de ética, mas também uma violação dos direitos humanos.

Respeito é a base da verdadeira inclusão."

Veja a passagem da caravana de Simplício Araújo