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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta segunda-feira (4) com a equipe econômica do governo para discutir corte de gastos públicos. Além dos ministros da área econômica, os chefes das pastas de Saúde, Educação e Trabalho e Emprego participaram do encontro. A reportagem apurou que Nísia Trindade, da Saúde, Camilo Santana, da Educação, e Luiz Marinho, do Trabalho e Emprego, foram chamados depois do início da reunião, que durou cerca de três horas e meia.

Depois do encontro, o Ministério da Fazenda informou, em nota, que o corte também será discutido com outras áreas. “Na reunião desta segunda-feira (4), o quadro fiscal do país foi apresentado e compreendido, assim como as propostas em discussão. Nesta terça (5), outros ministérios serão chamados pela Casa Civil para que também possam opinar e contribuir no âmbito das mesmas informações”, escreveu a pasta.

Os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos) também estiveram na discussão. Mais cedo nesta segunda (4), Haddad informou que o governo federal deve anunciar o pacote com as medidas ainda nesta semana. “Estamos na reta final”, afirmou.

Haddad embarcaria para a Europa nesta tarde, mas cancelou a viagem a pedido de Lula. “A minha ida [à Europa] estava dependendo dessa definição, se esta semana ou na semana que vem que seriam feitos os anúncios [do pacote]. Como as coisas estão muito adiantadas do ponto de vista técnico, eu acredito que nós estejamos prontos esta semana para anunciar”, destacou. “O presidente pediu que técnicos viessem a Brasília para apresentar detalhes para ele”, completou o ministro.

O encontro ocorreu em meio às pressões de diversos atores para a apresentação das medidas de revisão de gastos. Prometido para depois das eleições municipais, o ajuste nas despesas elevou as expectativas do mercado em relação ao potencial das medidas. Na semana passada, a diferença entre o tempo da política e a pressão do mercado gerou turbulência, especialmente no mercado de câmbio, e a cotação do dólar disparou, atingindo R$ 5,86.

O cenário fez com que o presidente pedisse ao ministro da Fazenda que cancelasse a viagem. Segundo nota, Haddad “estará em Brasília ao longo da próxima semana, dedicado aos temas domésticos”. Pela previsão anterior, ele ficaria fora do país até o próximo sábado (9). O ministro da Fazenda passaria por França, Reino Unido, Alemanha e Bélgica, onde se reuniria com autoridades e investidores.

Haddad e a equipe econômica estudam um pacote de revisão de gastos, que pode impor limite de aumento real de 2,5% por ano para as principais despesas do Orçamento — o mesmo limite do teto do arcabouço fiscal. A expectativa é que as alterações sejam tratadas com o Legislativo via PEC (Proposta de Emenda à Constituição) e projetos de lei. A gestão de Lula ressalta, contudo, que os programas sociais serão mantidos.

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