50 dias de governo: Prefeita Cibele Napoleão enfrenta desafios ao impor gestão mais rígida em Santo Antônio dos Lopes

Completando 50 dias à frente da Prefeitura de Santo Antônio dos Lopes, a prefeita Cibele Napoleão já começa a sentir a pressão política de algumas decisões administrativas. Enquanto busca imprimir um modelo de gestão mais transparente e organizado, uma parcela do eleitorado e até alguns aliados têm demonstrado insatisfação com as mudanças.

Entre as principais medidas adotadas por Cibele, destaca-se a reorganização do funcionalismo público. Muitos servidores que estavam sem lotação ou recebiam sem trabalhar foram realocados para exercer suas funções. Essa prática, comum em administrações passadas, como as dos ex-prefeitos Bigu de Oliveira e Eunélio Mendonça, está sendo descontinuada por Cibele, que quer garantir que quem recebe salário público esteja, de fato, prestando serviço à população.

No entanto, essa decisão vem gerando desconforto, especialmente entre aqueles que esperavam continuar recebendo sem trabalhar. A prefeita enfrenta resistência até dentro do próprio grupo político, pois essa mudança não é bem vista do ponto de vista eleitoral. Muitos aliados, que a apoiaram e esperavam vagas na administração, ainda não foram contemplados, o que tem gerado cobranças e até insatisfações internas. Afinal, com mais de 9 mil votos recebidos, é impossível acomodar todos dentro da máquina pública.

Por outro lado, na área administrativa, Cibele tem se mostrado uma gestora comprometida. Recentemente, ela concedeu um reajuste de 7% para os profissionais da educação, manteve os salários em dia e tem dialogado com servidores para organizar a prefeitura de forma mais eficiente. Seu foco está em construir uma gestão correta e alinhada às normas públicas, deixando de lado práticas antigas que favoreciam grupos específicos.

O grande debate agora é se essa postura firme será sustentável politicamente. Ao tentar acabar com o famoso “jeitinho brasileiro” dentro da prefeitura, Cibele corre o risco de perder apoio político, mas, ao mesmo tempo, fortalece sua imagem como uma gestora honesta e comprometida com o bom uso do dinheiro público.

A pergunta que fica é: a população vai valorizar essa postura no longo prazo ou a pressão política falará mais alto?