Investigador condenado a 17 anos de prisão por roubo e extorsão ainda recebe salários no MA
Em setembro de 2025, o investigador da Polícia Civil do Maranhão, Kassamio Leal Paraíba, foi condenado a 17 anos, 3 meses e 27 dias de prisão, em regime inicialmente fechado, pelos crimes de roubo — praticado três vezes — e extorsão. Apesar da condenação e determinação da perda do cargo, ele ainda recebe salários e não cumpre pena.
A decisão foi da 1ª Vara Criminal de Timon e foi assinada pelo juiz Rogério Monteles da Costa. Após a condenação, Kassamio recorreu à 2ª instância, mas ainda não houve julgamento.
Kassamio também perdeu o cargo público por determinação judicial e está afastado, mas oficialmente ainda é membro da Polícia Civil e segue recebendo remuneração pelo Estado.
Além da condenação por extorsão, Kassamio também responde por outros crimes como receptação e homicídio, em Timon, mas ainda sem julgamento definitivo.
Kassamio é ainda irmão do atual delegado-geral da Polícia Civil do Piauí, Luccy Keiko Leal Paraíba.
Condenação baseada em provas e quebra de sigilo
Segundo a sentença de setembro, Kassamio participou de uma ação criminosa em 31 de março de 2020, quando ele e outros comparsas se passaram por policiais civis, invadiram a casa de um comerciante, fizeram a família refém e realizaram roubos em três locais diferentes. Depois dos roubos, o grupo ainda exigiu R$ 50 mil da vítima sob ameaça de morte.
O juiz apontou que há um conjunto “robusto e coeso” de provas confirmando a participação do policial. Entre elas estão depoimentos das vítimas, confissões dos comparsas, laudos periciais, imagens de câmeras de segurança e dados de localização obtidos pela quebra de sigilo telefônico.
De acordo com as investigações, o veículo usado pelo grupo — um Renault Sandero — era conduzido por Kassamio. A análise de dados apontou que o celular do policial esteve na área dos crimes nos horários das ações e também no local onde seria feita a entrega da quantia exigida na extorsão.
Juiz determina perda do cargo público
Na decisão, o magistrado destacou que Kassamio usou sua função de policial civil para facilitar o crime, utilizando insígnias da corporação para conferir “falsa aparência de legalidade” e intimidar as vítimas. Por isso, além da pena de prisão, foi decretada a perda definitiva do cargo de investigador.
No entanto, apesar da perda do cargo, Kassamio ainda recebe remunerações. Conforme o Portal da Transparência do Governo do Maranhão, o investigador afastado recebeu, de salário bruto, de R$ 8.705,65 a R$ 9.802,48 de janeiro a novembro, em 2025.
Outro réu também foi condenado
Um coautor identificado como ‘Jhonildo’ também foi condenado, recebendo pena de 15 anos, 9 meses e 17 dias de prisão, igualmente em regime fechado. Já Marcos Wanderson Venâncio Mendes, apontado como um dos envolvidos, teve a punibilidade extinta por morte durante o processo.







0 Comentários