A VIOLA, CHICO, E CHICO VIOLA...

Por Paul Getty

“Chico, quando você cantar e o violão dedilhar

as águas do Mearim vão dançar de alegria” Zé Cirilo

O show de Chico Viola (26.12) no famoso Bar do Índio em Pedreiras (onde constantemente o poeta Samuel Barreto, grava as poesias declamadas em mesa de bar para que não fiquem perdidas num esquecimento profundo) foi um grande presente de fim de ano para nossa magnetizada cidade, com a participação mais do que especial de Santiago (músico e compositor), que fez parte juntamente com o Chico e Riba de Alonso do inesquecível “Trio My Love” com nome em inglês, mas que cantava somente em português, onde os três fizeram história e deixaram uma lacuna com um misto de saudade em todos nós!

Quando criança na minha cidade ouvia atentamente uma sinfonia dentro de mim nas vozes dos seresteiros, dos repentistas, ao som da moda de viola, pois na minha adolescência a moda era ouvir Chico Viola (e olha que naquela época eu já era avesso aos modismos camuflados), mas Chico sempre foi uma regra a exceção! E o mais inebriante dessa simples história é que passados quase vinte e poucos anos - a musicalidade, a arte, a voz de Chico Viola elevou a alma e o coração dos presentes, transmitindo alegria e conquistando as novas gerações.

A cidade conhecida como o berço de poetas e artistas mereceu receber esse grande show, como presente de fim de ano (produzido pelo poeta Joaquim Filho - JF Produções). De acordo com a produção, o show foi fruto de muitas cobranças e esperas. Em função disso, amigos, fãs, empresários, rádios, todos nessa corrente se juntaram em parceria de sucesso e mostraram que é o povo quem decide, e é o povo quem faz acontecer. Finalmente os esforços deram resultado. O show foi um evento magnânimo, foi um sucesso de público e organização foi impecável. Parabéns Joaquim Filho!

Continua...

Carregado de saudades por um público que cantou e se alegrou desde os primeiros acordes da viola, aos solos das primeiras letras, Chico Viola cantou e encantou e matou a saudade de todos os seus fãs e amigos da sua terra natal e região. O palco com toda a certeza estava mais iluminado, e naturalmente o grande artista conhece o fluxo de seus sentimentos e de sua emoção, e nessa atmosfera Chico Viola soube muito bem captar com a sua poesia, com a sua musicalidade e voz, a pulsação do público presente.

Chico Viola interpretou com maestria clássicos regionais como: A pátria do consolador, onde convidou o cantor e compositor Paulo Piratta para subir ao palco para dividir essa bela canção, O Rio (Samuel Barreto e Neto do Kavaco), Linha Imaginária (Paul Getty, Zé Lopes e Nonato Matos) e ainda contou com a participação do baterista Bebeto – o alquimista de sons, e Pawla (que respira música 24h) o artista de mil e uma facetas musicais!

Chico em seu vasto e rico repertório ainda viajou no cantinho dos sonhos e das paixões dos românticos, como quisesse implicitamente dizer: quero vencer a noite ao teu ouvido... simplesmente marcante e inesquecível. A música, a poesia, a arte em geral não cura o mundo, mas cicatriza muitas feridas...

“O principal motivo de as abelhas obterem tanto sucesso em tudo o que fazem é que elas simplesmente fazem o que devem, cada uma a sua parte, visando apenas o bem de todos, em vez de competir uma com as outras...” Chico Viola assim foi seu show – sem competir com outros estilos musicais, sendo originalmente você mesmo, por isso um grande sucesso!

Dezenas de fotos do show 

 A todos um feliz 2016

Paul Getty S Nascimento

APL-Academia Pedreirense de Letras