Temer janta em rodízio de carne bovina importada
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Segundo funcionários da
churrascaria de Brasília, carne bovina é importada da Argentina, Uruguai e
Austrália
Em um gesto político para tentar
minimizar os efeitos negativos da Operação Carne Fraca sobre a venda de carne
brasileira, o presidente Michel Temer
jantou ontem (19) em uma churrascaria de Brasília acompanhado de ministros e
embaixadores e representantes de 27 países.
A carne bovina que Temer comeu,
porém, não era de origem brasileira, segundo funcionários do próprio
restaurante. Somente as carnes suínas e de frango servidas no local são
nacionais. A carne bovina é importada da Argentina, Uruguai e Austrália.
Temer e a comitiva participaram
de um rodízio. O Palácio do Planalto reservou uma mesa para 80 pessoas. O preço
do rodízio por pessoa foi de R$ 119. O valor incluía carnes, um bufê de
saladas, acompanhamentos e sushi. A bebida era à parte.
Continua...
Temer comeu carne bovina e
frango, queijo coalho assado, acompanhado de uma típica caipirinha brasileira.
Na mesa, também foi servido vinho tinto, dessa vez nacional, da vinícola Casa
Valduga, produzido em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. A comitiva sentou
em uma grande mesa no centro do salão principal da churrascaria, localizada no
Lago Sul, área nobre de Brasília.
Temer estava no centro da mesa,
ladeado pelos embaixadores da China e de Angola no Brasil. Entre os ministros
presentes estavam Moreira Franco
(Secretaria-Geral da Presidência), Blairo
Maggi (Agricultura), Marcos Pereira
(Indústria, Comércio Exterior e Serviços).
O ministro das Relações
Exteriores, Aloysio Nunes, não estava presente. Temer passou cerca de uma hora
no local. No final, tirou foto com os garçons que o serviram. Em rápida
entrevista, disse que a mensagem que queria passar com o jantar era de que não
há motivos para causar "terror" no exterior sobre a carne brasileira.
Lembrou que 33 fiscais sanitários
estão envolvidos em irregularidades, de um total de quase 12 mil servidores do
Ministério da Agricultura, e que dos cerca de 4.830 frigoríficos existentes no
País, 21 são investigados e três foram inabilitados. "Então, não é para causar um
terror que hoje está possivelmente se imaginando que possa causar em relação ao
exterior", afirmou.
Temer também rebateu críticas de
integrantes da bancada ruralista no Congresso e de empresários de que a Polícia
Federal cometeu excessos na Operação Carne Fraca. "Não (houve excessos). Houve
uma integração do Ministério da Agricultura e da Polícia Federal",
declarou, sem responder outros questionamentos da imprensa.
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