Lula ataca Globo, Moro e Bolsonaro em discurso no ABC: "Eu estou de volta"
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Em
discurso um dia após ser solto da sede da Polícia Federal, em
Curitiba (PR), onde cumpria pena, o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva disparou críticas à Rede Globo, ao ministro da Justiça e
Segurança Pública, Sergio Moro, ao procurador Deltan Dallagnol, ao
presidente Jair Bolsonaro (PSL) e ao ministro da Economia, Paulo
Guedes, em frente à sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São
Bernardo do Campo (SP).
Embora
tenha dito que saiu sem ódio dos quase 20 meses de prisão, Lula
subiu o tom e partiu para o confronto político.
Bolsonaro
fala sobre Lula solto: "Não vamos contemporizar com
presidiário"
"Eu
duvido que o Moro durma com a consciência tranquila que eu estou. Eu
duvido que o Deltan durma com a consciência tranquila. Eu duvido que
o Bolsonaro durma com a consciência tranquila que durmo. Eu duvido
que o destruidor de empregos Guedes durma com a consciência
tranquila que durmo. E digo: eu estou de volta."
Luiz
Inácio Lula da Silva
Pelo
Twitter, Moro disse que não responde a "criminosos presos ou soltos" e afirmou que "algumas pessoas só merecem ser
ignoradas".
Lula
foi solto ontem em Curitiba, um dia depois de o STF (Supremo Tribunal
Federal) decidir que um réu só pode cumprir pena depois de esgotar
seus recursos na Justiça — e quase 600 dias depois de ser preso
pela condenação em segunda instância no caso do tríplex, da
Operação Lava Jato. Ele continua inelegível pela Lei da Ficha
Limpa e responde a outros processos criminais.
Hoje,
precedido por uma saraivada de rojões, Lula discursou em cima de um
trio elétrico em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, seu
berço político e o último lugar por onde passou antes de ser
preso.
Sem
palavrão, contra Bolsonaro
Enquanto
militantes xingavam Bolsonaro, Lula reprimiu o grito e disse duvidar
se as pessoas fossem criadas pela mãe dele diriam palavrões como
disseram contra Dilma na abertura da Copa do Mundo de 2014.
"Fui
criado para não dizer palavrão. Não vou dizer palavrão a
Bolsonaro, ele é o próprio palavrão"
Lula
Em
seu discurso, Lula fez uma série de críticas ao presidente Jair
Bolsonaro, chamando o seu governo de um governo de "milicianos".
"Esse país não merece o governo que tem. Esse país não
merece um governo que manda seus filhos contarem mentira todos os
dias através de fake news", declarou.
"Não
adianta ficar com medo, não adianta ficar preocupado com as ameaças
que eles fazem na televisão. Que vai ter miliciano, que vai ter AI-5
outra vez", disse, em referência a uma fala do deputado Eduardo
Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.
O
petista também fez duras críticas ao projeto econômico do atual
governo que, segundo ele, está "empobrecendo" ainda mais a
sociedade brasileira.
"Quando
eu fui preso, achei que minha prisão ia permitir recuperar o
Brasil", disse. "Mas o povo tem menos carro, menos emprego.
Quero saber se o juro do cheque especial caiu. Se o juro da Casas
Bahia caiu. Porque é esse juro que toca diretamente no bolso do
trabalhador, que mexe no salário do nosso povo. A Selic caiu, mas o
spread bancário não caiu", declarou.
Lula
defendeu, ainda, a distribuição de livros "contra a
distribuição de armas do Bolsonaro". "Se as pessoas
tiverem onde trabalhar, tiverem salário, onde estudar, se tiverem
acesso a cultura, a violência vai cair". Procurado pelo UOL, o
Planalto informou que não irá comentar as declarações do
ex-presidente.
Lula participa de ato em São Bernardo do Campo (SP) após deixar a prisão. |
Marielle e Queiroz
Ao
lado de lideranças do PSOL, como Marcelo Freixo e Guilherme Boulos,
Lula lembrou o assassinato da vereadora Marielle Franco. "Quem
matou Marielle?", perguntou. "Não é a gravação do filho
dele que vale [sobre o depoimento do porteiro, que disse que um dos
suspeitos de morte da vereadora pediu o número da casa de Jair
Bolsonaro]. É preciso que haja uma perícia séria para que a gente
saiba quem matou Marielle."
Antes,
ele disse reconhecer a eleição de Bolsonaro, mas afirmou que o
presidente "foi eleito para governar para o povo brasileiro, e
não para os milicianos do Rio [de Janeiro]". "Ele
[Bolsonaro] tem que explicar onde é que está o Queiroz. Como ele
construiu um patrimônio de 17 casas. Eu quero saber como esses caras
juntam dinheiro."
Críticas
à mídia
O
ex-presidente criticou a mídia televisiva, sobretudo o que chamou de
falta de cobertura dos vazamentos das conversas da Lava Jato. Logo ao
subir no palanque, mirou um helicóptero da Rede Globo: "Lá em
cima tá o helicóptero da Rede Globo para falar merda de novo sobre
Lula e sobre nós."
"Na
cadeia, fui obrigado a ver TV aberta. O SBT foi uma vergonha, a
Record está uma vergonha e a Globo continua uma vergonha. Eles não
deram uma matéria sobre o Intercept, só uma para defender o
Faustão", disse.
Em
nota, a Globo repudiou os ataques de Lula e disse que faz jornalismo
sério e continuará a fazer. "A prova de isenção da emissora
é a transmissão do discurso que o ex-presidente fez ontem e hoje.
Também é prova de sua isenção ser alvo de ataques dos extremos do
espectro político hoje, tão radicalizado", diz o texto.
Nova
caravana
Ao
terminar o discurso, o ex-presidente sinalizou que deve entrar em uma
nova caravana nos próximos dias, citando como aliados a presidente
do partido, Gleisi Hoffmann, e o ex-prefeito de São Paulo Fernando
Haddad, candidato derrotado à Presidência em 2018.
"A
partir da semana que vem eu vou estar cuidando da minha vida. Eu não
sei qual confusão vão criar para mim, mas eles não sabem o tesão
que estou." O petista prometeu, ainda, fazer um novo
pronunciamento ao povo brasileiro dentro de 20 dias.
Lula
deixou claro que ainda quer conseguir, na Justiça, a anulação dos
processos contra ele. Está pendente no STF o julgamento de um
processo sobre a suspeição de Moro no caso do triplex, o que pode
anular a ação. "Nós ainda não ganhamos nada", afirmou.
No
topo do trio, enquanto políticos como Eduardo Suplicy e Alexandre
Padilha dançavam e cantavam, os advogados de Lula, Cristiano Zanin e
Valeska Martins, esboçavam tímidos sorrisos — mas ambos foram
bastante aplaudidos quando citados por Lula.
Calor
e cerveja
Lula
chegou por volta das 13h30 na sede dos Sindicato dos Metalúrgicos,
em São Paulo. Foi recebido por um tapete vermelho. Subiu ao palanque
e começou o discurso pouco antes das 15h.
Sob
forte calor, muitas pessoas passaram mal. Militantes chamavam a
atenção do palco para que paramédicos sejam chamados. Sem entender
direito uma dessas sinalizações, Lula disse: "Deem água,
abanem, espaço. Se eu for aí ajudar, vai ter mais confusão".
O
caminhão em que Lula discursou estava cercado de militantes por
todos os lados. Na lateral oposta à de Lula, mesmo sem vê-lo, seus
apoiadores ouviam seu discurso atentamente, muitos de cerveja em
punho.
Ainda
no início do discurso, o microfone de Lula falou diversas vezes. Com
humor, o ex-presidente reagiu: "Eu fiquei 580 dias sem ter com
quem falar. Agora, quero falar".
O
discurso de 45 minutos terminou com uma queima de fogos e ao som de
"Vermelhou". O clima era de uma festa por um título de
futebol, com a torcida saudando o capitão do time.
5 Comentários
O pessoal pensa qui o Luladrão saindo ele vai assumir a presidência
ResponderExcluirSó pra avisar ele tá solto e ñ livre e ainda respondi a mas 6 inquéritos já já ele vai ver o sol nascer quadrado dinovo
9 processos por roubo nas costas tem o Luladrão.
ResponderExcluirO ladrão é desprovido de qualquer capacidade mínima. Depois de tudo o que fez de ilícito, diz que dorme com a consciência tranquila, donde se conclui que não tem consciência ou é louco, ou é os dois. Putz, o Guedes é "destruidor de emprego"?, esse condenado deve ser ignorado, visto que foram eles que deixaram 13 milhões de desempregados. Faz o mesmo discurso, "dar comida e emprego" aos pobres, é por isto que eles empobreceram o Brasil. A Venezuela é um bom exemplo de socialismo.
ResponderExcluirÉ o fim de um país confiar sua esperança em corrupto, analfabeto, alcoólatra, mentiroso e condenado.
ResponderExcluirnão passa de um ladrão
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