Vários pedreirenses foram barrados pelo Governador Flávio Dino ao tentarem voltar para casa

São Luís está isolada desde a última terça-feira (7) devido à decisão do Governador Flávio Dino. A ação de blindagem contra o coronavírus está ocorrendo por meio de fiscalização das vias de acesso tanto para saída como para a entrada na capital.

Segundo informações da Secretaria de Saúde, o estado registrou 344 casos confirmados de Covid-19, tendo 21 mortes causadas pela doença. São Luís segue sendo a cidade com o maior número de vítimas no estado.

Porém, maranhenses que trabalham fora e recentemente viajaram com destino ao estado de origem se mostram insatisfeitos com a medida. A grande maioria trabalha na produção rural, especialmente na colheita de cana de açúcar em estados como Minas Gerais, Mato Grosso e São Paulo, todos com casos confirmados do Covid-19. Muitos deles são moradores de municípios do Médio Mearim, em especial Pedreiras e Trizidela do Vale.

Devido aos serviços nesses estados terem sido paralisados por causa da pandemia, os trabalhadores estão retornando, mas ao serem impedidos de entrar na cidade, fizeram demonstrações de revolta contra a presença de barreiras nas vias. "A polícia fica ameaçando a gente, e não querem deixar ninguém passar, dizendo que vão prender, jogar spray de pimenta, essas coisas. Temos o direito de ir e vir", disse um passageiro.

Os trabalhadores reclamam ainda da falta de critérios adotados nas barreiras sanitárias, impostas pelo governo para contenção do novo coronavírus. Segundo eles, a grande maioria dos barrados são moradores que só querem retornar para casa, e alegam não estarem infectados. "Em São Paulo, que é onde está tendo o maior índice de coronavírus, a partir do momento que você sai de lá, eles fazem todo um trabalho de prevenção da doença para saber se o passageiro está ou não infectado. Era para estarem fazendo isso aqui no Maranhão", reclamou um dos entrevistados.

Há também relatos de vários pedreirenses que conseguiram entrar na capital pouco tempo antes do decreto, mas que agora estão "presos" na rodoviária por não terem condições de sair de São Luís.