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Na leitura dos analistas, a duração do conflito entre Rússia e Ucrânia e as soluções que serão encontradas para mitigar os efeitos econômicos da guerra vão influenciar o valor do preço do barril de petróleo no mercado internacional. 

Por Luiz Guilherme Gerbelli, g1

Com o aumento do preço dos combustíveis anunciado pela Petrobras para as distribuidoras, o custo da guerra na Ucrânia chegou ao bolso do consumidor brasileiro: a partir de sexta-feira (11), a Petrobras vai reajustar os preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha a partir de sexta. 

A estatal justificou a alta dos combustíveis diante do aumento da cotação do barril de petróleo no mercado internacional provocado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia – nesta quinta, o valor do barril superou o patamar de US$ 115. No começo da semana, quase tocou os US$ 140.

Os novos valores

Segundo o comunicado da Petrobras, com a alta desta quinta-feira, o preço médio de venda da gasolina passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, alta de 18,8%, e o valor do diesel vai subir de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, aumento de 24,9%.

O preço médio de venda do GLP foi reajustado em 16,1% e passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo, equivalente a R$ 58,21 por 13 quilos.

O último levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostrou o preço médio do diesel em R$ 5,603 nos postos do país e o da gasolina em R$ 6,577.

A magnitude do repasse para o consumidor depende de distribuidores e revendedores.



Para onde vão os preços do petróleo?

Por ora, os analistas dizem que é difícil projetar o comportamento do preço do barril de petróleo nos próximos meses.

O que vai determinar a cotação da commodity é o tempo da duração e a extensão do conflito entre Rússia e Ucrânia e também as soluções que serão encontradas para mitigar os efeitos econômicos da guerra.

A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo do mundo, com exportações de cerca de 7 milhões de barris por dia de petróleo bruto e derivados combinado, ou cerca de 7% do fornecimento global.

"Se o conflito ficar circunscrito à Rússia, há meios para se fazer compensações em relação ao abastecimento de petróleo", afirma Zylbersztajn.

Os impactos na economia: mais inflação e alta de juros

Nas contas do banco Fator, a alta anunciada dos combustíveis deve adicionar 1,5 ponto percentual na projeção de inflação deste ano – desconsiderando os efeitos secundários. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da instituição subirá de 7% para a faixa de 8,5%.

Os projetos em discussão

Em ano eleitoral, a disparada dos preços dos combustíveis entrou no centro do debate eleitoral. Nos últimos meses. o Congresso e a equipe econômica passaram a discutir uma série de projetos para tentar mitigar a alta dos preços dos combustíveis.

Na quarta-feira (9), com um pedido do vice-líder do governo, o Senado adiou novamente a votação de dois projetos que tentam conter a alta do preço dos combustíveis.

Um dos projetos em discussão no Senado trata da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) - principal tributo estadual. O projeto estabelece que o tributo passe a ser feita de forma "monofásica", ou seja, em uma única fase da cadeia de produção. E que todos os estados tenham alíquotas uniformes.

A medida afeta diesel, biodiesel, gasolina, etanol, gás de cozinha e gás natural e sofre resistência entre governadores e secretários de Fazenda estaduais.

/Congresso Nacional e Presidência discutem alternativas para o preço dos combustíveis
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Congresso Nacional e Presidência discutem alternativas para o preço dos combustíveis


O outro texto prevê a criação de uma espécie de conta, cujos recursos seriam usados para amortecer o efeito da variação do petróleo no mercado internacional nos preços dos combustíveis no Brasil.


Essa conta seria alimentada por diferentes fontes de receitas federais, como os dividendos pagos pela Petrobras à União — dividendo é a parcela do lucro que uma empresa repassa a seus acionistas.


A proposta, porém, é fortemente criticada pelo Ministério da Economia, que aponta a necessidade de mobilizar um volume muito grande de recursos para um efeito muito pequeno na bomba.

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