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Apesar de imagens indicarem a suposta presença de Daniel Brandão na cena do crime, aliados do governo espalham fake news para tentar envolver Felipe Camarão no caso

Assassino Gilbson César Soares Cutrim Junior e a vítima, o empresário João Bosco Pereira Oliveira Sobrinho

A recente transferência de Gilbson César Soares Cutrim Júnior — condenado pelo assassinato do empresário João Bosco Pereira Oliveira Sobrinho — para um presídio federal em Brasília reacendeu um caso que permanece envolto em controvérsias desde 2022: o homicídio ocorrido na entrada do edifício Tech Office, na Ponta d’Areia, em São Luís.

O episódio voltou a ganhar repercussão por supostos indícios da presença de Daniel Brandão, sobrinho do governador Carlos Brandão, no local do crime. À época, o caso foi muito explorado pela imprensa maranhense, em meio à corrida eleitoral pela reeleição de Brandão. Agora, o temor de eventuais revelações em suposta delação premiada por parte do condenado tem causado desconforto nos bastidores do Palácio dos Leões.

Para setores da oposição, a ofensiva contra o vice-governador Felipe Camarão em redes sociais e blogs alinhados ao governo seria uma tentativa de desviar a atenção. Neste domingo (15), perfis e sites de apoio à base governista compartilharam conteúdos que associam, sem evidências concretas, o nome de Camarão ao assassinato de João Bosco. À época do crime, o vice-governador já havia se licenciado do cargo de secretário de Educação, em março de 2022, para disputar as eleições, e o pagamento relacionado ao contrato da empresa da vítima ocorreu apenas em agosto — poucos dias antes do homicídio.

O caso João Bosco

João Bosco Pereira, de 46 anos, era proprietário da empresa SH Vigilância e Segurança Ltda., que prestava serviços ao Estado desde 2014, quando firmou contrato às pressas com o governo Roseana Sarney no final do mandato. O pagamento, no entanto, nunca foi efetuado.

Durante o governo Flávio Dino, o contrato não foi pago pela Secretaria de Educação (Seduc), mas após batalha jucicial, o então secretário Felipe Camarão reconheceu em janeiro de 2019 a dívida no valor de de R$ 788 mil, buscando evitar a transformação da pendência em precatório.


Contudo, a quitação só ocorreu em agosto de 2022, já sob a gestão de Carlos Brandão, dias antes da morte do empresário João Bosto e foi efetivada pela secretária Leuzinete Pereira da Silva, que comandava a Seduc e assinado pelo Secretário Adjunto de Orçamento, Finanças e Contabilidade em tramitação relâmpago.

O crime no Tech Office

O assassinato de João Bosco ocorreu em 19 de agosto de 2022, dentro das dependências do Tech Office. O autor confesso, Gilbson Cutrim Júnior, foi condenado a 13 anos de prisão. O crime aconteceu poucos dias após o pagamento feito pela Seduc. Rumores nos bastidores do governo indicam que a transferência do condenado para uma unidade federal pode ser o prelúdio de uma delação que revele informações ainda desconhecidas, incluindo a possível existência de um esquema de corrupção relacionado ao pagamento da dívida e à motivação do homicídio.

A imagem do “careca”

Uma das principais controvérsias gira em torno da imagem de um homem careca supostamente presente na cena do crime, que, segundo especulações, poderia ser Daniel Brandão. Mesmo diante dos questionamentos, o então assessor do governo não foi formalmente investigado. Pouco depois, foi nomeado conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), em escolha direta do governador Carlos Brandão — cargo vitalício que oferece foro privilegiado. Um vereador da capital maranhense também estaria presente no momento do crime.

A ausência de investigação mais aprofundada, aliada ao suposto envolvimento de figuras próximas ao núcleo do governo Brandão, levanta suspeitas sobre blindagens institucionais e omissões deliberadas.

Conclusão

A tentativa de envolver Felipe Camarão, vice-governador e nome em ascensão política no Maranhão, pode fazer parte de uma estratégia de desestabilização. Sem elementos concretos que o vinculem ao crime, a acusação carece de base factual.

Mais do que ataques políticos, a sociedade maranhense precisa de esclarecimentos. Cabe às autoridades competentes investigar com imparcialidade a fundo todas as circunstâncias que envolvem o assassinato de João Bosco, incluindo a eventual participação ou ciência de agentes públicos com poder de influência — inclusive aqueles que ocupam hoje cargos nas cortes de fiscalização.


Fonte: G7 MA

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