Flávio Dino se afasta de Dilma e do PT ao aproximar-se de Aécio Neves

Comunista reuniu-se ontem com o candidato a presidente e firmou compromisso com o PSDB em seu palanque.

O PSDB anunciou nesta semana, em Brasília, apoio oficial à pré-candidatura de Flávio Dino (PCdoB) ao governo estadual. O senador Aécio Neves, pré-candidato à Presidência da República foi quem comunicou a decisão tucana. Com a aliança, Dino se afasta em definitivo da candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), de cuja administração Flávio fazia parte até março deste ano. O

PSDB é o principal adversário do PT em âmbito nacional.

Não ficou claro ainda se o apoio a Dino implicará na cessão da vaga de vice a um indicado do PSDB - condição imposta em nota pelos próprios tucanos. Caso esta hipótese seja confirmada, o PDT, que já havia indicado o nome do empresário Márcio Honaiser, como fruto de um acordo com o comunista ainda em 2012, terá que se contentar em formar a chapa sem participação na eleição majoritária.

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Com a adesão do PSDB o PCdoB do Maranhão garantirá palanque aos principais adversários da presidente Dilma no Maranhão. Além de Aécio Neves, Flávio Dino tem aliança também com o PSB, de Eduardo Campos (PE), que lançou anteontem a sua candidatura. O comunista, que há pouco mais de um mês ainda era membro do governo de Rousseff, presidindo a Embratur, aceitou o apoio do PSDB.

Constrangimento - A decisão de Flávio Dino constrange os petistas maranhenses que vinham tentando criar com ele uma campanha casada com Lula Dilma. Estes petistas, considerados desgarrados pelo ex-presidente Lula, chegaram a realizar evento, domingo, em favor do comunista. Três dias depois, Dino assume o abandono ao projeto implantado pelos governos Lula e Dilma. E do qual ele faz parte - assim como o seu partido - até um mês atrás.

Na verdade, Dino trabalhava para ter também a permissão de usar a imagem da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva em sua campanha. A situação, vetada pelo PT, criaria a inusitada situação de um candiato a governador sem identidade ideológica, já que ligada a qualquer candidato presidencial.

A postura de de Flávio Dino foi considerada antiética por Lula, durante o encontro em que ele reafirmou o apoio do PT ao senador Lobão Filho.

Na semana passada, o PSDB exigiu que a vaga de vice ficasse com o deputado federal Carlos Brandão, presidente estadual da legenda. Brandão, por sua vez, promete repassar à deputada estadual Eliziane Gama suas bases políticas em troca da adesão também do PPS ao palanque dinista. Até o fechamento desta edição, nem o PPS nem Eliziane Gama haviam se manifestado sobre o acordo tucano-comunista.

Até ontem à noite, o deputado federal Weverton Rocha ainda mantinha a posição do PDT, de cobrar o cumprimento do acordo que garantiu ao partido, ainda em 2012, a indicação do vice na chapa do PCdoB.

Carla Lima

Da editoria de Política do Estado