Juiz de paz do Pará pede demissão para não celebrar casamento LGBT
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Do G1 PA
O juiz de paz do Cartório do
Único Ofício de Redenção, sudeste do Pará, pediu demissão do cargo após decisão
do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que obriga os cartórios a realizarem
casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ele alega que "o casamento homoafetivo
fere os princípios celestiais”.
Nomeado para o cargo há sete
anos, José Gregório Bento, 75 anos, há mais de quatro décadas é pastor da
Igreja Assembleia de Deus, e trabalha como voluntário no cartório civil da
cidade, fazendo conciliações e celebrando casamentos.
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Segundo o pastor, ele
protocolou a demissão porque se recusa a obedecer a decisão CNJ, publicada no
último dia 14 de maio, que obriga os cartórios de todo o país a celebrar o
casamento civil e converter a união estável homoafetiva em casamento.
“Deus não admite isso. Ele
acabou com Sodoma por causa desse tipo de comportamento”, declarou José
Gregório. “Acho essa decisão horrível. Ela rompe com a constituição dos homens,
mas não vai conseguir atingir a constituição celestial”, completa.
Segundo Gregório, ele
recebeu a notificação de que não poderia se recusar a fazer casamentos
homoafetivos nesta segunda-feira (20) mas afirmou que, desde a publicação da
decisão da Justiça, já havia tomado a decisão de abrir mão do cargo. “Não há
lei dos homens que me obrigue a fazer aquilo que contrarie os meus princípios”,
alega. “Existe ai uma provocação para um grande tumulto no nosso país. Deus fez
o homem e a mulher para a procriação, para reproduzir. Não sei onde vai chegar
isso”, questiona.
O pastor afirma ainda que
solicitou a demissão ao titular do cartório, Isaulino Pereira dos Santos
Júnior, mas que o tabelião pediu que ele permanecesse no cargo. “Ele me pediu
para eu ficar e disse que caso alguém solicitasse o pedido de casamento
homoafetivo, outro juiz de paz seria chamado para realizá-lo. Mas aqui, graças
a Deus, ainda não chegou ninguém pedindo
o casamento homoafetivo".
Cartório nega discriminação
Procurado pelo G1 , o
titular do cartório civil de Redenção negou a versão do pastor. “De fato, ele
pediu afastamento do cargo na quarta-feira passada (15), alegando que iria
mudar de cidade para cuidar da esposa que estaria internada na UTI de Goiânia,
mas não falou nada sobre se recusar a fazer casamentos entre pessoas do mesmo
sexo”, alegou Isaulino.
Ainda de acordo com o
titular do cartório, caso o pastor tivesse pedido exoneração porque não aceita
o casamento homoafetivo, ele seria imediatamente afastado do cargo. “Eu iria
acatar o afastamento, porque não pode haver discriminação. Caso ele queira sair
por esse motivo, eu vou solicitar imediatamente ao juiz da comarca outro juiz
de paz”, afirma Santos Júnior, que garante ainda que o pastor não entregou ao
cartório nenhuma solicitação oficial de demissão do cargo.
Segundo o presidente da Associação
dos Magistrados do Pará (Amepa), Heyder Ferreira, o juiz de paz pode pedir
demissão se discordar de uma decisão do CNJ. “Se ele continuar no cargo, é
obrigado a cumprir a determinação, mas por ser voluntário, não podemos impor. O
cartorário, em compensação, é obrigado a cumprir a determinação”, explica.
De acordo com o último
levantamento realizado pelo IBGE, no Censo 2010, 1.782 pessoas declararam viver
em casamento entre pessoas do mesmo sexo no Pará.
2 Comentários
nao sou evangelico mas concodo plenente com o pastor o casamento e entre um homem e uma mulher,e digo mais ja passou da hora de providencias divinas serem tomadas ,os seres humanos ultrpassaram todos os limites e por tudo isso nao merece mais esta aqui.
ResponderExcluirParabens pastor, é assim que se faz, se a moda pega daqui a pouco os nossos pastores e padres serão obrigado a efetuarem casamente de duas pessoas do mesmo sexo, mesmo mesmo contra a vontade!
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