OGX vende unidade do Maranhão por 200 milhões
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No começo do ano, a OGX Maranhão
foi considerada a segunda maior produtora de gás do país
No mesmo dia em que a OGX
entrou com um pedido de recuperação judicial, a petroleira também fechou a
venda de um de seus projetos mais bem-sucedidos, a OGX Maranhão, que explora
gás na Bacia do Paranaíba. A operação prevê um aumento de capital que será
bancado pelo grupo alemão E.ON e pelo fundo de investimentos Cambuhy, do
banqueiro Pedro Moreira Salles.
Continua...
Numa segunda etapa, após a
diluição da OGX, os dois investidores devem pagar R$ 200 milhões pela
participação da petroleira, quitar uma dívida de R$ 180 milhões que a operação
maranhense tem com a controladora, além de assumir uma dívida de R$ 600 milhões
com os bancos.
Segundo uma fonte próxima ao
negócio, essa foi uma saída para salvar a OGX Maranhão e levantar o dinheiro
necessário para garantir a recuperação judicial da petroleira.
Quando a transação for
aprovada pelos órgãos reguladores, a ideia da OGX é usar os recursos para
continuar a exploração do campo de Tubarão Martelo. Mas, caso a Justiça carioca
aceite o pedido de recuperação judicial da empresa, essa poderá ser uma decisão
a ser tomada pelo administrador que for indicado pela Justiça. Os recursos,
entretanto, podem ser fundamentais para recuperar de fato a empresa e dar
esperança aos credores da OGX.
A negociação durou três
meses e o interesse do grupo alemão tem razão de ser. Desde janeiro de 2012, a
E.ON é acionista da antiga MPX - empresa de energia do grupo de Eike. Em março
deste ano, eles elevaram a fatia na empresa brasileira e assumiram, de fato, o
controle, mudando até o nome da companhia para Eneva.
O interesse na empresa de
gás está no fato de que ela é a maior fornecedora do insumo para as usinas
termoelétricas da MPX que operam no Estado. O modelo de negócios vencedor em
leilão de energia só foi possível pela combinação das duas atividades, então
fazia todo sentido que a E.ON, que aumentou sua participação na MPX, fizesse o
mesmo na OGX Maranhão, que produz o gás.
Como já era sócio da MPX
antes mesmo de virar controlador, o grupo alemão já detinha um terço da OGX
Maranhão.
Para chegar aos termos do
acordo, a E.ON se comprometeu a assumir todo o passivo com os bancos Itaú BBA,
Morgan Stanley e Santander. Em janeiro do ano passado, as três instituições
fizeram um empréstimo-ponte, realizado em parcelas idênticas, no valor total de
R$ 600 milhões para financiar o desenvolvimento dos campos de Gavião Real e
Gavião Azul, na bacia do Parnaíba.
A OGX Maranhão é uma
Sociedade de Propósito Específico (SPE), que tem como sócias a OGX (66,6%) e a
MPX(33,3%), hoje Eneva. A empresa detém sete blocos de exploração de gás na
Bacia do Parnaíba, no Maranhão, que ocupam uma área de 21 mil m². "Sem o
dinheiro dessa operação, a OGX quebraria", diz a fonte. (Do jornal O
Imparcial)
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