Esse texto é importante?
1
Comentários
![]() |
Menos de 30 anos é classificada como a geração mais burra da história |
A Internet nos deixa
estúpidos: entrevista com Mark Bauerlein
Para o americano Mark Bauerlein, é preciso tirar os jovens da rede para que passem mais tempo com os pais - e, assim, fiquem mais inteligentes
Para o americano Mark Bauerlein, é preciso tirar os jovens da rede para que passem mais tempo com os pais - e, assim, fiquem mais inteligentes
Será que a era digital faz
bem aos nossos neurônios? Para o professor americano Mark Bauerlein, a resposta
é não: se você tiver menos de 30 anos, considere-se membro da geração mais
estúpida da história. É desse jeito, sem meias palavras e com altas doses de
provocação, que ele descreve os estragos gerados pela era digital, em seu livro
The Dumbest Generation (“A Geração Mais Burra”, inédito no Brasil). Bauerlein
diz que os jovens andam tão distraídos com celulares, whatsapp e facebook que
deixam de prestar atenção em assuntos importantes, como história e política.
Encerrados em seu casulo tecnológico, onde só falam com pessoas da mesma idade,
os jovens estão vivendo como Peter Pan – numa eterna adolescência alienada dos
conhecimentos mais elementares. Professor de inglês da Universidade Emory, nos
EUA, Bauerlein analisa essa transformação citando dados: em 2001, 52% dos teens
americanos não sabiam que a União Soviética foi aliada dos EUA na 2ª Guerra
Mundial. Ou: os jovens de 15 a 24 anos lêem só 8 minutos por dia, mas passam
quase 4 horas vendo TV. “Nenhum grupo na história abriu tamanha fissura entre suas
condições materiais e suas realizações intelectuais”, diz.
Continua...
Como
a internet piora a inteligência dos jovens?
Eu me refiro principalmente
a 4 elementos: curiosidade intelectual, conhecimento histórico, consciência
cívica e hábitos de leitura. Os jovens têm lido cada vez menos nos EUA. E estou
dizendo livros, jornais e revistas, que ainda são o principal e o mais
importante acesso ao conhecimento.
Mas
a web não pode ser útil para o conhecimento?
Poderia, mas os garotos não
se importam com essas coisas. Eles não visitam um site de um grande museu para
ver as pinturas. Preferem visitar seu perfil pessoal na internet ou fazer
upload das fotos da última festa, ou escrever em seu blog como odeiam a escola.
Segundo o instituto Nielsen Media Research, 9 entre os 10 sites mais populares
entre os adolescentes são redes de relacionamento. É isso que as ferramentas
significam para eles: um meio social.
Como
a internet está mudando nossa sociedade?
Para ser saudável, qualquer
sociedade precisa ter uma forte interação entre jovens e adultos. Uma relação
em que os adultos possam criticar os garotos por serem ignorantes,
inexperientes e egoístas. Quando eu era adolescente, ia à escola, jogava
basquete com meus amigos, evitava meus inimigos e, ao voltar para casa, a vida
social terminava. Durante o resto do dia, eu tinha de estar junto dos meus pais
e escutá-los conversar sobre dinheiro, responsabilidades da casa, a Guerra do
Vietnã... Hoje, um garoto de 15 anos vai para casa e se fecha no quarto para
falar pelo celular, entrar no blog e mandar mensagens de texto. Os adolescentes
estão formando seu próprio universo, longe da realidade adulta.
Essa
falta de convivência é falha dos pais?
Pais e professores deram
muita liberdade e responsabilidade aos jovens. Muitos pais gostam de internet,
TV e videogames porque eles servem de babás. Por isso, os adolescentes só se
preocupam com eles mesmos. Se os pais não forem ativos e vigilantes, os garotos
vão basear toda a sua realidade – suas idéias, valores e gostos – uns nos
outros.
E
qual seria a solução? Proibir a internet?
De forma nenhuma. O problema
não é a tecnologia, e sim como a pessoa a utiliza. O desafio é quebrar o
domínio de redes de relacionamento.
É
possível tirar os jovens da internet?
É possível estabelecer um
momento em que eles desliguem o celular, apaguem o computador e leiam um
jornal, uma revista ou um livro. Nessa “hora da leitura”, os meninos podem ler
o que quiserem. Não têm que ler Jorge Luis Borges ou Moby Dick. O importante é
que possam ficar sentados, sem interrupção, e focar-se no texto. Depois disso,
podem voltar a jogar videogame! A idéia é colocar um muro entre eles e os
amigos durante uma pequena parte do dia.
Acha
que isso vai dar certo?
Já vem dando certo com
alunos meus. Quando lhes digo que precisam passar um tempo desplugados, ou não
fazer o dever com a TV ligada, vejo que eles relaxam. Acho que muitos jovens já
estão cheios de tantas conexões, celulares e e-mails. Realmente gostariam de
dar um tempo. Mas pense no que aconteceria. Imagine que você está na faculdade
e não tem facebook. Você está fora! A pressão é enorme. É como se tivesse 5
anos e ninguém quisesse brincar com você.
O filósofo David Weinberger
diz que a internet incentiva o conhecimento compartilhado. Concorda?
Essa idéia de conhecimento
como um processo coletivo é interessante, mas ainda existem muitas incertezas
sobre ela. Por exemplo, no caso do conhecimento histórico. Muitos se perguntam
qual o sentido de saber sobre dom Pedro 2º quando dá para procurá-lo na
Wikipédia. Mas a questão é: estudamos dom Pedro 2º só para saber quando ele
nasceu, as coisas que ele fez e o ano em que morreu? Ou estudamos figuras
históricas como essa para desenvolver idéias sobre caráter, honra, inteligência
e moral?
Como
assim?
As informações devem remeter
a algo mais profundo, que faça você pensar sobre quem é ou nas coisas em que
acredita. Quem são os seus heróis? E os seus vilões? Portanto, as pessoas que
defendem a idéia de conhecimento coletivo talvez não entendam o quanto é
importante essa formação individual.
Weinberger também diz que
mais importante do que o conhecimento é a compreensão dos fatos...
Sim, concordo, mas a
compreensão é um processo bastante lento. E a internet agita tanto os garotos
que muitos professores nos EUA já acham difícil mandar os alunos ler um livro
com mais de 200 páginas. Os adolescentes não conseguem se concentrar por muito
tempo. Um argumento complexo ou um poema difícil viraram coisas irritantes para
ser assimiladas.
Na Antiguidade grega, as
velhas gerações já criticavam o comportamento das mais novas. Há algo de novo
nessa história?
É realmente uma história
velha, mas acho que precisa ser repetida. Os adolescentes nunca cresceram com
tanto dinheiro nem com tanto acesso a livrarias, museus, faculdades e
entretenimento. Muitos deles pensam: “Nós somos os maiores!” Precisamos botar
um freio nisso e mostrar que eles não são tão especiais, tão diferentes nem tão
brilhantes assim. É natural que pensem dessa forma, faz parte da natureza
humana – e a internet inclusive cultiva essa atitude.
por Eduardo Szklarz
REVISTA SUPERINTERESSANTE
1 Comentários
Carlinho Porfavor faça uma Reportagem sobre as Humilhaçoes de Quada Municipal que so vive Humilhado as Pessoas o teve um Caso na Rua Sao Sebastiao que Esse quanda humilhol um Adolecente onte Ele se chama fabricio sera Pemitido esse tipo de Atitude e Pemitido Ele Dirige o Carrro da Policia Porque Eles sao Policias para Humilha Adolencentes nao Compentetes Para Prender badidos Assassinos do Seu Manoel
ResponderExcluir