Jumentos podem virar comida para presos
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Excesso de jumentos e
consumo de sua carne no RN viram polêmica na Câmara
Ideia seria reduzir a
quantidade de asnos abandonados em áreas rurais do estado
Animais que serviram para
transporte e carga são trocados por motocicletas e abandonados em estradas
colocando em risco motoristas e motociclistas: projeto propõe utilização da
carne
Animais que serviram para
transporte e carga são trocados por motocicletas e abandonados em estradas
colocando em risco motoristas e motociclistas: projeto propõe utilização da
carne
A Câmara dos Deputados
vai discutir, nesta terça-feira, uma sugestão de solução para o excesso de
jumentos nas estradas do Rio Grande do Norte: o consumo da carne de jumento.
Abandonados nas zonas rurais do estado, os animais poderiam ser incluídos no
cardápio das refeições dos presídios e das escolas do estado.
Continua...
Se antes os asnos serviam
para levar cargas pesadas de um local para o outro, agora são apenas obstáculos
para meios de transporte modernos, e causam acidentes nas estradas. Só em 2013,
a Polícia Rodoviária Federal do estado aprendeu 1.357 animais de grande porte
e, neste ano, o número passa de 600.
— Não existe nenhuma
barreira legal que proíba o consumo de carne de jumento, o que existe é uma
barreira cultural. Temos um animal que é considerado uma praga, que está
completamente abandonado. O que queremos é devolver uma finalidade a ele,
mostrando para as pessoas que não existe nenhum impedimento sanitário para o
consumo — argumenta Sílvio Brito, que diz ter sido avisado da audiência somente
na última sexta-feira (27/06) e, por isso, não poderá comparecer.
O promotor explica que,
apesar de acreditar na solução de abate dos animais, a ideia de utilizar a
carne nos serviços públicos já é ultrapassada:
— Essa questão de incluir
nos sistemas públicos foi uma das possibilidades pensadas anteriormente, mas
hoje é totalmente descartada. Se a carne de jumento viesse a ser inserida no
mercado, teria um valor muito alto, economicamente inviável para estas instituições
públicas — explica Brito.
ORGANIZAÇÕES AMBIENTAIS
CRITICAM PROJETO
A iniciativa do promotor
incomodou ambientalistas, advogados e políticos. Para a OAB do RN, que estará
presente na audiência da capital federal, o problema mais grave é a forma como
são realizados os abates. A presidente da Comissão de Direito Ambiental da
OAB-RN, Marise Costa, defende a adoção dos animais para a prática de terapia
ocupacional com crianças e adultos com problemas motores.
— A princípio somos contra a
forma como está sendo feita o abate, que é muito cruel e constitui crime
ambiental. Achamos importante promover um amplo debate sobre o assunto, já que
uma cadeia produtiva deste tipo pode levar à extinção desta espécie de jumento
nordestino, que tem um valor econômico e cultural para a população — defende
Marise.
Sobre esse tema, um projeto
do Deputado Federal Ricardo Izar (PSD-SP) prevê a proibição de abate de
equinos, equídeos, mulas e jumentos em todo território nacional. O parlamentar
critica a proposta de utilizar jumentos na alimentação.
— O que ele (o promotor) fez
é completamente contra a Constituição, que diz que devemos proteger a fauna e
flora do Brasil. Ele matou animais sem autorização da vigilância sanitária. Se
o problema é populacional, deve ser resolvido com castração e outras políticas
públicas adequadas. Queremos que este promotor seja levado a um Conselho de
Ética do Ministério Público — argumenta o deputado, que é Presidente da Frente
Parlamentar em Defesa dos Direitos Animais e estará presente na audiência em
Brasília. Outro crítico do projeto é o diretor da ONG DNA — Defesa da Natureza
e dos Animais, Kleber Jacinto:
— Vamos à audiência porque
imaginamos que, com uma discussão mais ampla, fortaleceremos a possível
aprovação deste projeto de lei mais específico. Nosso receio é que iniciativas
como estas continuem surgindo e que outros estados possam aderir à ideia,
fazendo com que soluções assim ganhem outras proporções e causando a morte
também de gatos e cachorros abandonados.
Já a pesquisadora de
produção animal da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Patrícia de
Oliveira Lima, explica que a resistência ao consumo é mesmo uma questão
cultural e que não há nenhum fundamento científico para que a carne não seja
comestível. Porém, a especialista alerta que ainda é necessário investigar a
qualidade dos derivados destes animais abandonados, já que os mesmos não foram
criados para o consumo e, por isso, precisariam passar por exames e avaliações.
— Na universidade temos uma
proposta de estudo, com cinco professores envolvidos, e que aborda a questão
sanitária e a possibilidade de consumo de produtos como o leite e a carne. Mas
hoje ainda não temos nada de concreto. Esse projeto está em fase de avaliação
do Banco do Nordeste, já que é de interesse científico, para descobrir se há
viabilidade econômica. A gente sabe que com relação à qualidade não vai haver
nada que desaprove, nem para a carne nem para o leite — completa Patrícia.
POR RAFAELA MARINHO E CARINA
BACELAR
O Globo
3 Comentários
Ótima ideia em alimentar os bandidos com carne de jumento, afinal de contas a carne de JABÁ como é conhecida, nada mais é do que carne de jumento prensada ressecada e com conservante. os bandidos vão comer e vão gostar da carne de jegue., uma economia e tanto para o país. Sou favorável pela aprovação do projeto.
ResponderExcluirsou contra este projeto..não estão respeitando os animais.
ResponderExcluirpow mano tenho pena dos jumento, bandidos não merecem comer uma carne tão macia pow. poe esses fdp para comer merda !!!
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