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Atualizada às 21h30

Ele se formou em Enfermagem na FAESF, filho da classe média baixa pedreirense que passa os apuros a cada fim de mês. Os pais são servidores do município, a mãe é professora e o pai trabalha em uma sala obscura da prefeitura, fazendo não sei o quê, mas ocupa uma das três mesas da sala. Há outros irmãos e os pais não tiveram como colocar todo mundo em escolas particulares. O nosso herói fez o ensino médio no Olindina Nunes Freira e, a duras pontas, conseguiu pagar o curso de enfermagem na FAESF. Dez meses após a conclusão do curso, algumas portas se abriram para o recém-formado enfermeiro de Pedreiras. Usando de muita lábia e algumas amizades conseguiu três empregos em hospitais da região, onde se dividia para cumprir as jornadas intensa de trabalho em prol da saúde. Em menos de um ano no mercado de trabalho comprou um Fiat Uno, modelo novo, financiado, e começou finalmente a “playar” pela cidade. Pedreiras anda tão decadente que os novos playboy se exibem até com o Uno.

Quando não estavam em seus intermináveis plantões, era visto em bares de Pedreiras, ao lado de amigos, bebendo, azarando as meninas e falando como Deus tem sido maravilhoso com ele nos últimos meses.

Viajou a São Luís para participar da formatura de um amigo de infância; festa chique e cheia de pompa invadiu a madrugada. O amigo formando era filhinho de papai também da Terra de João do Vale, depois de quase uma década de faculdade particular, finalmente se formava em Direito pelo Uniceuma. Bebias felizes as boas lembranças das farras da infância.

Ele voltou ao apartamento do hotel onde se hospedará com o dia clareando, rapidamente. Dormiu muito e por pouco não acordou com o dia escurecendo. Olhou o celular, o whatsapp, mensagens sem importâncias, vídeos bestas, fotos com piadas chatas, etc... chegou a postar algumas fotos da formatura no Instagram, ele e os amigos de gravata, sorridentes como se o mundo fosse deles. Cansou do Instagram, do whatsapp, ergueu-se um pouco e pós os pés no chão com enfado.

“O que vou fazer hoje nesta São Luís, meu Deus do céu”, indagou a si mesmo.

O colega que se formou na noite anterior já estava em Fortaleza para continuar as comemorações pela façanha de concluir Direito em 10 anos e não poderia acompanhá-lo na noitada ludovicense.
Continua...

O nosso herói não tinha muitos amigos de farra na Capital, os poucos estavam espalhados em bairros que ele nem saberia como chegar: Divinéia, João de Deus... Estava liberado do trabalho até o domingo, porém, fazer o quê até no domingo?

“Tô numa roubada, até no Skema 5 eu iria achando uma boa”, disse a si mesmo.

“Oh, meu Deus o que vou fazer?”

Então, em um vislumbre, veio à resposta, não do céu, mas de outro lugar.

Aproveitaria a noite de sábado em São Luís para realizar um antigo sonho, visitar um das famosas casas de acompanhantes. Ele tinha dinheiro no bolso e o gasto valeria a pena. “Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena”, recitou um poema que ele não sabe o autor, porém, tem o costume de repetir a si mesmo, quando estava em algum tipo de impasse financeiro.

À noite, ele chegou à boate, não sei se foi a "Zero 1" ou a “Rosana Drinks” ou outra menos famosa. O ambiente sofisticado, iluminação de primeira e música elétrica rufando pelas paredes deixavam o ambiente agradável. Um som bem diferente dos paredões que ele é acostumado a curtir nos bares da Boiada.

Sentou-se a mesa sozinho, recebeu de um garçom marrudo, que poderia também ser um dos seguranças da casa, um menu e não demorou a pedir um uísque a R$ 150, o litro mais barato do menu. Aos poucos, a boate enchia de figurões, enquanto o nosso herói crescia o pescoço a cada golada. Sentia no corpo uma força vital o fazendo crer que era mesmo “O Cara” da música de Roberto Carlos. “Queria que os meus amigos me vissem aqui, agora”, sussurrava consigo mesmo, sorrindo.

“Vou escolher a mais cara puta daqui, porque tudo vale a pena quando a alma não pequena!”


Chamou um garçom e explicou o desejo. O garçom marrudão sorriu de leve e informou que chamaria alguém para tratar do caso.

Logo se aproximou da mesa um jovem com trejeitos delicados, bem vestidos, pele fina, branca, impecavelmente barbeado e cabelo liso, mas com as pontas espetadas. Era o intermediador. O assunto foi tácito.

“Qual é o preço das mulheres, porque quero uma aqui na minha mesa!”

“Meu querido, temos todos os preços: 200, 350, 400, 500, 600, 800....”

O nosso herói coçou a cabeça e fez as contas. “Sabe que uma de 350 viria bem a calhar, junto com o uísque sairia o pacote inteiro por módicos 500 reais”, calculou em pensamento.

“Trás a de 350 e seja o que Deus quiser!”

“Pois não.”

O rapaz de maneiras delicadas sumiu por uma porta clareada por luzes vermelhas. O nosso herói pedreirense continuou sorvendo seu uísque numa boa, observando a movimentação masculina cada vez mais intensa na boate e algumas gatas já estavam circulando entorno das mesas. “Vou colocar a gata aqui do meu lado, beber o resto do uísque e depois vamos para uma lapada fenomenal”, dizia.

Depois de dez minutos, o “Delicado” reapareceu e trazia consigo uma das beldades da casa. O “Delicado” apontou a mesa e a moça, com seu corpo esguio, bem trabalhado em acadêmica, seguiu em linha reta, porém, faltando poucos metros ela estancou. A iluminação se abriu e ela percebeu quem estava à mesa. A bela fisionomia assumiu uma expressão de assombro; a surpresa foi tão forte que a jovem sequer teve tempo de simular algo; em desespero levou as mãos ao rosto, envergonhada e correu na direção da primeira porta.

O “Delicado” ficou desnorteado com a reação da moça e aproximou-se do nosso herói que também estava visivelmente agitado.

“Parece que vamos ter que escolher outra mulher, essa ai não quer nada hoje”.

O “Delicado” não teve tempo de concluir essa fala, porque o pedreirense o agarrou pelos braços, completamente transtornado e exigiu tão alto que chamou atenção de todos na boate.

“Eu quero é ela, aquela, nada de outra, entendeu?! Eu quero ela e pago o dobro”, gritava, alucinado.

“Moço, eu entendi, largue os meus braços, tenha modos, se controle”, solicitava o delicado já aflito, porque o enfermeiro amarrotava sua roupa.

O "Delicado" foi atrás da jovem beldade. encontrou-a jogada em poltrona, ela explicou que não poderia ficar com aquele rapaz, os motivos eram muito pessoais. Os olhos estavam úmidos, inchados. Tinha chorado. Mas aquele ramos os intermediários são impassíveis.

“Não querida, ele já disse que quer é você. Fez até um escândalo. É um cliente e a norma da casa obriga você atendê-lo. Se vocês já se conhecem, porque é isso que ficou bem nítido, então mais ainda é melhor que seja mesmo você para ficar com ele; agrade o homem de todas as maneiras para ele não meter a boca no trombone.”

Ela fez um gesto de aquiescência e caminhou novamente em direção à mesa do nosso herói. Sem dúvida, os passos mais longos e doloridos que ela fez em toda a sua vida.

Ele, completamente deslumbrado, se esqueceu de poesia e a cumprimentou com elogios que revelava bem a educação que recebeu no Olindina e nas cachaçadas dos bares em frente à FAESF.

“K... você tá uma pitelzinho”, exclamou, quase devorando as curvas da mulher com os olhos.

“Oi, R..., tudo bem com você? Que mundo pequeno, né”, respondeu-lhe, forçando um sorriso tímido.

Ele encheu o copo de uísque para amiga de infância.

“Eu não quero beber, vamos logo sair daqui para um quarto”, pediu ela num sopro de voz que não escondia a angustia.

“Nada, vamos aproveitar a noite, vamos beber muito uísque, numa cidade tão grande foi à providência de Deus que nos fez nos encontrar”, dizia ele.

No entanto, ela estava decidida, segurou-lhe nas mãos, tenazmente, e o encarou com olhos grandes, doloridos e belos.

“Por favor, vamos sair daqui, vamos sair desse lugar, me leve para qualquer outro lugar”, implorou.

Ele não tinha como resistir o apelo; sentiu a força do pedido e que sua amiga não estava bem. Compreendeu que para rolar mais alguma coisa precisa atender aos caprichos e que o dinheiro não era mais importante naquele encontro. Os dois deixaram o clube e foram para um motel bem luxuoso, localizado na Estrada de Ribamar.

Completamente a sós, a jovem se sentiu segura para revelar ao amigo todos os infortúnios que aconteceu a ela e sua família nos últimos quatro anos, desde a morte súbita do pai e a retirada da família para viver em São Luís. O nosso herói tirava os sapatos e as roupas, enquanto a amiga narrava às tragédias familiares que atravessava e a explicava a necessidade de se prostituir para pagar a faculdade de Direito.

E ela falava, falava e ele começou e ele a projetava mentalmente descascada sobre a cama, pouco ouvia suas justificativas vãs; ele agradecia a Deus por todas as tragedias que abateu aquela família que resultou em uma das meninas mais cobiçada de Pedreiras acabar em suas mãos. 

Ah, como ele desejava a amiga metida a “Patricinha” que namorava somente os playboyzinhos da cidade. Nunca tinha dado bola para ele, em verdade, ele nunca teve coragem de tentar. Era bonita demais para um tipo como ele; eram só amigos; lembrou que já beberam a mesma mesa inúmeras vezes e, até viajaram no mesmo carro para uma festa em Bacabal; ela sumiu naquela noite e deu trabalho para encontrá-la e, finalmente voltarem para Pedreiras no dia seguinte.

O mundo dá mesmo voltas! Agora ela está ali, todinha em suas mãos. Muito mais bonita, corpaço, coisa de doido! Ele poderia fazer o que quiser. “Deus existe, Deus existe, Deus existe”, afirmava a ele mesmo e num impulso, começou a tirar a roupa da amiga, rápido, porque tinha pressa de possuí-la. 

E o que era para ser um par de horas, virou uma noite lancinante. Ele se realizou tomando posse de uma das meninas mais bonitas de sua cidade natal. “Eu quero isso... faça isso... desse jeito também... se vira...”, e ela atendia e realizava cada capricho, os mais íntimos e variados desejos, como se ele fosse o homem da sua vida, o amor verdadeiro do qual uma mulher não se negam a nada, no entanto, toda aquela doação era unicamente para amigo não revelar o segredo de sua vida.

Cedo, ainda entrelaçados, a universitária implorava com um olhar tão triste, tão pidão: “Não conta pra ninguém, não, vou morrer se as pessoas de Pedreiras souber!” 

“Assim você me ofende, já disse que esse será o segredo mais bem guardado da minha vida”, respondeu.

O casal finalmente se separou. O nosso herói olhou uma bela manhã de domingo e pensou nas praias ludovicense, porém, depois da noitada, São Luís era pequena, a cereja foi devorada, o melhor já passou. O nosso herói ligou para os amigos e pediu para reunir a galera em um bar da cidade e garantiu que chegaria depois do meio dia com uma novidade que emborcaria a Cidade do Padroeiro São Benedito.

Nosso heróis venceu os 270 km entre São Luís e Pedreiras em tempo recorde, sempre dizendo a si mesmo: Deus existe! Deus Existe, Deus existe!”


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20 Comentários

  1. Herói? O cara pegou uma puta, pagou por isso que heroísmo a nisso?

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  2. Puta que pariu!! Que zoeira besta esse post, acho que pedreiras vai parar por causa disto.

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  3. Interessante esse postado, sei que existe muitos e muitos casos semelhantes até mesmo em pequenas cidades onde as pessoas vivem de aparência e não tenho mais como arcar com os lucos e mordomias sente se sujeitas a viver dessa vida que dilacera cada família que tem que lhe dar com essa experiência '' moderna''

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  4. Estes rapaz não e um bom homen pois se fosse outro não tinha ficado com essa jovem pois ele no pensou em tudo que ela passou depois que ela pedeu seu pai . ainda falou pra seus amigo ele não e homen..

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  5. Carlinhos o pai dela não morreu, abandonou a familia por uma mais nova, to por dentro desse triste caso da nossa cidade

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  6. Heroi? Triste caso? Kkkkkkkk ja vi pessoas passarem por coisas piores e conseguir vencer na vida com honra.

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  7. Tantos trabalhos em outros lugares, ela preferiu se prostituir, porque queria ser puta mesma, história mais pobre. Conta outro.

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    1. Verdade!
      Procurou o jeito mais rápido para lucrar, vendendo seu corpo!

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  8. Tantos trabalhos em outros lugares, ela preferiu se prostituir, porque queria ser puta mesma, história mais pobre. Conta outro.

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  9. um romance de botequim de quinta categoria

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  10. Pelo amor de Deus Carlinhos. Fala sério, uma merda dessa.

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  11. bom dia Sr bloguero, passando para manifestar minha indignação sobre o infeliz comentário feito por vc ao dizer que essa jovem ganha a VIDA FÁCIL, vc por acaso já perguntou a alguma prostituta se elas acham fácil essa vida? creio que não

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  12. Quem nunca errou atire a primeira pedra, pelo visto vc e esse jovem foram os primeiros. Cuidado com o que fala, pq acima de vc existe um Deus que vê todas as coisas e só ele pode julgar.

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  13. fica a dica, palavras ditas não voltam mais. Pense no sofrimento que vc causou a essa jovem e as pessoas que amam ela, não a veja apenas como uma jovem segundo vc de VIDA FÁCIL, vela ela como um ser humano que é o que ela realmente é.

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  14. A narração de sua história Carlinhos ficou com uma boa introdução, um bom desenvolvimento, só ficou evasiva a conclusão, digo, ficou faltando certos pontos pra fechar a historia.
    Esse jovem deveria ajudar seus familiares seus irmão a conseguirem se formar a conseguir um objetivo na vida ao invés de ficar gastando dinheiro numa vida de luxuria e acredito que depois ele mesmo continua num vazio e e liso, dai vai trabalhar arrecadar mais grana (salário) pra gastar novamente na farra ?
    Por outro lado, a alegria dele conforme a narração dos fatos era tão grande em retornar a Pedreiras/MA, para contar espalhar a noticia, se glorificando com a desgraça alheia.
    É meu caro, Maria Madalena era uma prostituta e que JESUS a perdoou seus pecados, atire a primeira pedra quem nunca errou.
    Sem falar conforme vc mesmo conta vc é repleto de falsos amigos, vejamos .. será se quando vc tava na miséria eles estavam com você?
    Sem falar que vc só contou vantagens dessa viagem, só os pós e os contras ???
    Essa moça futuramente pode ser uma advogada apesar das dificuldades mas ela está lutando pra se formar, quem sabe no dia do amanhã vc precise da ajuda dela juridicamente falando???
    Meu jovem o que acontece nessa vida a gente deixa lá, guarde só pra si, como dizia minha avó, ouvir-se, e calar boa vida passará....
    eu não a conheço e nem conheço você, mas que sirva esse texto para você refletir....

    Ah o Motel que ele foi na estrada de Ribamar é a Pousada Saramanta não é um dos melhores de São Luis já foi.

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    1. Ele rapaz deve ter ido na Pedrita !!!! kkkkkkk

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  15. Carlinhos desculpa a franqueza.. mas vc adora um fuxico, para um jornalista que se preze e que queira ser respeitado esse tipo de assunto deve abolido.

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  16. Quanta eguagem,ta lendo muitos livros de contos eróticos Carlinhos ! kkkk

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