Ressocialização - Ouvidor Ricardo Duailibe elogia experiência da Apac de Pedreiras
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O ouvidor do Poder
Judiciário do Maranhão, desembargador Ricardo Duailibe, elogiou o trabalho
desenvolvido pela Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de
Pedreiras (MA). “O emprego da metodologia baseada na humanização está tornando
viável a ressocialização dos apenados. Essa experiência nos faz acreditar que é
possível a recuperação de pessoas que um dia se envolveram com a criminalidade
e hoje querem seguir novos caminhos em suas vidas”, afirmou o magistrado
durante visita ao órgão.
Acompanhado dos juízes da
comarca de Pedreiras, Ana Gabriela Ewerton (responsável pela associação), Marco
Adriano Fonseca, e pelo presidente da APAC de Pedreiras, Enoque Barreto, o
desembargador conheceu como se dá o processo de transformação do apenados que
recebem o acompanhamento da associação com vistas à reinserção na sociedade. “A
partir de agora, sou um defensor desse trabalho de grande alcance social",
assinalou Duailibe.
Continua...
O Poder Judiciário do
Maranhão – por meio da Unidade de Monitoramento Carcerário (UMF) – articula a
criação e instalação de Apac’s no Estado, operando como órgão auxiliar dos
poderes Judiciário e Executivo, respectivamente, na execução penal e na
administração do cumprimento das penas privativas de liberdade nos regimes
fechado, semi-aberto e aberto. Atualmente, existem seis Apac’s funcionando no
Maranhão – São Luís, Imperatriz, Pedreiras, Timon, Viana e Itapecuru-Mirim.
Durante a visita, a juíza
Ana Gabriela Ewerton explicou que a Associação funciona tendo como base o
respeito à cidadania e aos direitos humanos dos encarcerados. “Nosso trabalho é
para que o apenado retorne à sociedade recuperado, trabalhando e cuidando de
sua família. O trabalho consiste em trazer a família do recuperando para dentro
da Apac, para que ele se recupere e volte ao convívio social”, frisou a
magistrada.
O presidente da Associação,
Enoque Barreto, enfatizou que o trabalho da Apac em Pedreiras é pioneiro no
Estado. Ele explica que para formar uma equipe especializada, a associação tem
apostado em troca de experiências com as Apac’s do Estado de Minas Gerais, que
também são modelos para o país.
“Aplicamos a metodologia
Apac com todo seu espírito religioso e humanístico. O trabalho de
ressocialização foi se desenvolvendo ao longo de experiências, com erros e
acertos. Hoje, chegamos a uma maioria de acertos, mas ainda não é o ideal,
porque buscamos a excelência”, destacou.
Segundo Barreto, a interação
entre a sociedade civil e os demais órgãos públicos envolvidos no sistema
prisional tem alavancado o êxito desejado. “Nós procuramos envolver a todos.
Quando tem a participação dos Poderes constituídos e da sociedade civil, é
possível se chegar ao objetivo principal de recuperar o preso, com a Apac
cumprindo a sua finalidade institucional”, afirmou.
APAC – A Associação de
Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) é uma entidade civil de direito
privado, com personalidade jurídica própria, dedicada à recuperação e
reintegração social dos condenados a penas privativas de liberdade. Dispõe de
um método de valorização humana, vinculada à evangelização, para oferecer ao
condenado condições de se recuperar. Busca também – em uma perspectiva mais
ampla – a proteção da sociedade, a promoção da Justiça e o socorro às vítimas.
MODELO – Fundada em 2005,
pelo juiz Douglas Melo Martins, a Apac de Pedreiras é considerada modelo de
ressocialização no Estado, sendo destaque em nível nacional. A associação é a
mais antiga do Maranhão e, atualmente, possui uma população carcerária de 140
recuperandos. Setenta e dois deles encontram-se cumprindo pena em regime
fechado.
ROTINA – A metodologia da
Apac de Pedreiras é aplicada com base na disciplina. Existe horário
estabelecido para cada atividade e não é permitido ao apenado permanecer na
cela. Diariamente, eles cumprem atividades como estudos, trabalho labo-terápico
e oficinas profissionalizantes, onde aprendem, na prática, a desenvolver um
ofício que poderão utilizar quando estiverem em sociedade. Como exemplos,
têm-se a fábrica de gesso, a fábrica de sandálias, a cozinha e a horta.
“O recuperando que vem para
a Apac e não aceita essa proposta é recolhido para o sistema comum. Alguns não
se adaptam a essa rotina e pedem para sair. No entanto, 95% acolhem a proposta
e ficam porque querem, de fato, ter uma oportunidade de vida. Desenvolvemos o
conceito de valorização humana por psicólogos e voluntários palestrantes”,
explica Barreto.
VOLUNTARIADO – As pessoas da
comunidade interessadas em colaborar com o projeto das Apac’s, podem se
voluntariar por meio de formas diversas. A comunidade pode participar doando um
pouco do seu tempo em prol do projeto. Por exemplo, quem é enfermeiro ajuda na
área de saúde, quem é professor pode dar aula de reforço escolar, os que sabem
música, podem ensinar.
“Qualquer profissional pode
doar um pouco do seu tempo, compartilhando conhecimento e oportunizando aos
recuperandos a possibilidade de aprender. Mesmo aqueles que não têm uma
profissão definida, podem conversar com eles e trocar experiências de vida, o
que também é muito válido”, destacou o presidente da APAC.
“Aqui, temos os padrinhos de
presos daqueles cuja família mora longe e que não recebem visitas. É importante
a presença da comunidade dando uma palavra amiga e dizendo que apesar de muitas
vezes ter sido punida com os crimes cometidos, acredita na recuperação daquele
ser humano”, concluiu Barreto.
Fonte: TJMA
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Tudo muito lindo longe da realidade.
ResponderExcluirIsso não se emprega a todos os vagabundos presos. Tudo é coisa coisa de comunista, pois bandido tem é que pagar pelo crime que cometeu e não ter ajuda pra se ressocializar, pois ele teve essa chance fora da cadeia.
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