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Já foram indicados os deputados Roberto Costa, Raimundo Louro, Carlinhos Florêncio, Hélio Soares, Carlinhos Amorim e Antônio Pereira

O deputado estadual Roberto Costa (PMDB) cobrou o líder da oposição Rubens Pereira Júnior (PCdoB), na sessão extraordinária de segunda-feira, pela não indicação do bloco oposicionista do membro que deverá compor a Comissão Especial instalada na Assembleia Legislativa, que terá como missão buscar junto ao Ministério da Justiça, Delegacia do Trabalho, Ministério Público do Trabalho e na Comissão Pastoral da Terra (CPT) informações sobre a escravização de ao menos 120 maranhenses pelo grupo InfinityBio-Energy, que doou R$ 500 mil à campanha eleitoral de Flávio Dino (PCdoB) em 2010.

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A comissão foi instalada há pelo menos duas semanas na Casa e deve iniciar suas atividades no início de janeiro, no período do recesso parlamentar, mas ainda aguarda a indicação de um parlamentar do bloco de oposição.

"O silêncio e a não indicação de um membro da oposição durante todos esses dias apenas provam que há algo de nebuloso na relação do presidente da Embratur, Flávio Dino, com o grupo empresarial que movimentou meio milhão em suas contas de campanha. A comissão está preparada para iniciar os trabalhos, aguarda apenas a nomeação do último membro", afirmou.

Rubens Júnior afirmou a Roberto Costa que já encaminhou a indicação para o colegiado. A Mesa Diretora, no entanto, negou a informação. "Consultamos a Mesa e constatamos que a oposição ainda não se manifestou. Vamos novamente cobrar o colega para que ele cumpra com a obrigação regimental e facilite os trabalhos da comissão", completou o peemedebista.

Formação - Até o momento, integram a Comissão Especial os deputados Roberto Costa, autor do requerimento e que atuará como presidente; Raimundo Louro (PR); Carlinhos Florêncio (PHS); Hélio Soares (PMDB); Carlinhos Amorim (PDT) e Antônio Pereira (DEM).

Roberto Costa afirmou que o objetivo é dar prosseguimento aos trabalhos, mesmo durante o recesso parlamentar. "O caso é gravíssimo e requer nossa atenção. As denúncias mostram que um grande grupo empresarial escravizou um número elevado de maranhenses. Acredito que enquanto deputados e representantes do povo, inclusive daquelas pessoas que foram submetidas à situação análoga ao trabalho escravo, devemos dar uma resposta a sociedade. Vamos buscar informações no Ministério da Justiça e iniciar nossas atividades de imediato", afirmou.

O peemedebista propôs a criação de uma Comissão Especial, após O Estado veicular reportagem com documentos da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que comprovaram o financiamento de Dino por grupo escravagista. A oposição tentou rebater a denúncia, com o discurso de que o comunista teria sido alvo de perseguição política, mas não conseguiu explicar a relação do presidente da Embratur com a InfinityBio-Energy, que um ano antes da doação de meio milhão de reais estava à beira da falência. O caso repercutiu na imprensa, mas Dino optou pelo silêncio.

Grupo foi denunciado em 2011

O grupo Infinity Bio-Energy Brasil Participações já havia sido denunciado pelo menos um ano antes pela exploração do trabalho escravo no Brasil. É o que atesta relatório da ONG Repórter Brasil, sob o título "O Brasil dos Agrocombustíveis - Cana 2009", que denuncia a Infinity por manter em situação análoga ao trabalho escravo, 1.551 trabalhadores em uma usina situada no município de São Mateus, no Espírito Santo.

Em nota distribuída à imprensa no mês passado, o PCdoB usou exatamente o argumento de que uma das empresas do grupo havia sido denunciada por prática do trabalho escravo apenas em 2011, um ano depois da doação à campanha eleitoral do comunista. A revelação do relatório do Repórter Brasil derruba o argumento dos comunistas.

Flávio Dino disse em pelo menos duas oportunidades que não tinha conhecimento das práticas do grupo que o apoiou em 2010.


O comunista integrou a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e é autor de um estudo a respeito do crime contra os direitos humanos, intitulado "O Combate ao Trabalho Forçado no Brasil: aspectos jurídicos", publicado pelo Ministério Público do Trabalho. Segundo o PCdoB, Dino tem "vida pública ligada à luta e pela Justiça, e um papel destacado na luta contra o trabalho escravo". Estranho, portanto, que, ao receber a doação da Alcana Destilaria, não tenha se preocupado em checar a origem de uma empresa controlada por um grupo denunciado como escravagista. O ex-juiz ainda não explicou que tipo de relação mantinha com o grupo Infinity Bio-Energy Brasil Participações a ponto de uma de suas subsidiárias se dispor a doar R$ 500 mil à sua campanha.
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